PAM assistiu mais de 600 mil pessoas em dois meses em Moçambique
- 29/12/2025
"O PAM chegou a mais de 600 mil pessoas em Moçambique, distribuindo 2.365 toneladas de alimentos e 2,3 milhões de dólares através de transferências monetárias", lê-se num relatório daquela agência das Nações Unidas (ONU), consultado hoje pela Lusa.
De acordo com o PAM, a resposta de emergência ocorre face à crise de deslocação no norte de Moçambique, causada pela escalada de violência, devido às incursões terroristas, que continua a perturbar vidas e pela recente expansão dos ataques à província vizinha de Nampula, que desencadeou deslocações em massa, agravando o conflito em curso na província de Cabo Delgado, epicentro do conflito armado no país há oito anos.
"Em resposta às novas deslocações em Nampula, o PAM prestou também assistência alimentar de emergência a 10.220 pessoas no âmbito do Programa de Resposta Conjunta com parceiros da ONU. Estão em curso preparativos para apoiar outras populações deslocadas", refere-se.
O documento avança ainda que em Cabo Delgado, o ciclo de assistência alimentar de novembro/dezembro foi concluído no dia 18, tendo atingido 87.328 agregados familiares, aproximadamente 436.640 beneficiários.
"Nas zonas afetadas por conflitos, como Mocímboa da Praia, as autoridades distritais coordenaram-se com o PAM e parceiros para alinhar a distribuição de sementes e a formação em agricultura de conservação. Em Ancuabe e Macomia, o PAM apoiou a distribuição de sementes, organizou a formação de agricultores e promoveu soluções baseadas na natureza para impulsionar a educação e a resiliência", é referido.
A ajuda humanitária, segundo aquela agência, também incluiu a "nutrição em situações de emergência", com o PAM a continuar a apoiar o Governo através do Programa Nacional de Reabilitação Nutricional para combater a mal nutrição aguda entre os grupos vulneráveis e mais de 8.300 crianças menores de cinco anos e mulheres grávidas ou em período de amamentação em Cabo Delgado e Nampula receberam assistência.
No mesmo mês, o Governo liderou os esforços para reforçar a segurança alimentar, a resiliência climática e os meios de subsistência, tendo o PAM prestado apoio técnico em várias províncias, incluindo Nampula em que a liderança governamental foi reforçada através da Formação de Formadores em Serviços Climáticos Integrados e Participativos para a Agricultura (PICSA).
No âmbito da proteção, o PAM apoiou a campanha dos 16 Dias de Ativismo contra a Violência Baseada no Género (VBG), cujo objetivo foi promover a igualdade de género e, no mesmo período, foram alcançados progressos notáveis no sentido de aumentar a resiliência climática das comunidades e promover a inclusão financeira das mulheres e dos jovens.
"Em novembro, mais de 14.000 agricultores receberam previsões meteorológicas, 1.700 foram formados (...), 300 famílias receberam sementes, 500 agricultores beneficiaram de armazenamento refrigerado e foram entregues 200 'kits' de processamento de alimentos. As mulheres representaram 45% do total de beneficiários", acrescenta o PAM.
De acordo com comunicado, PAM apoiou também a alimentação escolar nas províncias de Tete, Nampula e Cabo Delgado, atingindo aproximadamente 95.000 alunos, "para melhorar a assiduidade e a permanência na escola" e para manter os alunos nas escolas em zonas afetadas pela seca, o PAM distribuiu com 14 mil toneladas métricas de alimentos para pais e encarregados de educação de crianças inscritas no programa de emergência de alimentação escolar em Caia, província de Sofala, "concluindo a resposta à seca provocada pelo El Niño".
Segundo aquela agência, atualmente, são necessários cerca de 115 milhões de dólares (97,6 milhões de euros) em financiamento líquido para a assistência humanitária até 26 de maio de 2026.
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