Ouve falar todos os dias, mas... sabe onde diferem IA e IA generativa?
- 08/11/2025
A inteligência artificial, como conceito, já não se resume ao argumento de um filme de ficção científica e passou a fazer parte do dia a dia, podendo já ser usada por qualquer pessoa com acesso à internet. Quando falamos em inteligência artificial, no sentido mais amplo, estamos a referir-nos à maior capacitação das máquinas para assumirem tarefas que, até aqui, seriam apenas reservadas aos seres humanos.
Podemos encontrar, atualmente, inteligência artificial em ferramentas de trabalho, eletrodomésticos, veículos autónomos, etc.
É aqui que difere da inteligência artificial generativa (IA generativa), um conceito mais específico, dentro da IA, que engloba a criação de conteúdos e ideias, ao invés da mera leitura de dados para execução de funções.
A IA generativa pode gerar conversas com determinado tom, pode criar histórias, imagens, vídeos, jogos, música. Pode até aprender linguagens para além da humana, como programação ou arte. É uma ferramenta que armazena o conhecimento que adquire e depois cria a partir desse conhecimento.
Precisa de exemplos?
Eis alguns exemplos de uso recente de IA generativa, conforme compilou a Amazon Web Services.
- Serviços financeiros. Os bancos já usam chatbots para fazer recomendações e responder aos clientes, as instituições de crédito fazem simulações de crédito mais rápidas e aconselhamento financeiro personalizado a um custo baixo, por exemplo.
- Saúde e ciências biológicas. Este tipo de inteligência artificial permite a investigação mais rápida de medicamentos, uma capacidade promissora na área da Saúde. O treino de modelos de IA também pode possibilitar a simulação de ensaios clínicos e o estudo de doenças raras de uma forma facilitada.
- Comunicação social e entretenimento. Ainda que com um impacto discutível em termos de originalidade, a IA generativa permite produzir novos conteúdos por uma fração do custo e do tempo, algo que é valido tanto para meios de comunicação social como para a produção de conteúdos artísticos.
Atenção, também há erros
O advogado da CMS Portugal João Leitão Figueiredo advertiu, em entrevista à Lusa, que as pessoas devem ter em consideração que os sistemas de IA generativa estão sujeitos a cometer erros e são apenas ferramentas de apoio.
Vários são os exemplos de informação errada ou falsa dada pelos modelos de inteligência artificial generativa (com capacidade de criar conteúdos), onde se inclui motores de pesquisa, sendo que em Portugal, um dos mais recentes levou a Google a corrigir os conteúdos falsos sobre quem era Anabela Natário, depois da jornalista e escritora ter feito queixa à tecnológica.
Esse é um tema "que está na ordem do dia. Aliás, ainda não resolvemos problemas anteriores relacionados com os motores de busca e já temos um novo problema que tem a ver com as alucinações dos sistemas de inteligência artificial, em particular os de inteligência artificial generativa", refere o jurista.
E pode afetar o seu pensamento crítico
O uso da inteligência artificial generativa (GenIA) pode condicionar o pensamento crítico das pessoas, conclui um estudo desenvolvido pela Microsoft e pela universidade Carnegie Mellon. O estudo, intitulado 'O impacto da IA generativa no pensamento crítico' revela que, "usadas de forma inadequada, as tecnologias podem e resultam na deterioração das faculdades cognitivas que deviam ser preservadas".
De acordo com os investigadores, "os dados mostram uma mudança no esforço cognitivo à medida que os trabalhadores passam cada vez mais da execução de tarefas para a supervisão do trabalho realizado pela IA".
No estudo é referido que, embora a IA possa melhorar a eficiência, também pode reduzir o envolvimento crítico, particularmente em tarefas de rotina ou de baixo risco, para as quais os utilizadores confiam a sua realização à IA.
Para os autores, este fenómeno "levanta preocupações sobre a dependência de longo prazo e a diminuição da resolução independente de problemas".
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