OSCE denuncia "ambiente restritivo" nas legislativas no Quirguistão
- 01/12/2025
A OSCE, que enviou uma missão àquele país montanhoso aliado da China e da Rússia, observou ainda que "o quadro legal [...] não cumpria diversos padrões internacionais para eleições democráticas", avançou a AFP.
A votação para as eleições legislativas antecipadas de domingo no Quirguistão terminou com uma taxa de 34% de participação dos cerca de 4,2 milhões de eleitores, indicou a Comissão Eleitoral Central do país.
As eleições destinavam-se a eleger os 90 deputados do próximo parlamento do Quirguistão, do qual resultará o Governo, sendo que pelo menos 30 dos deputados da legislatura anterior vão manter-se no novo hemiciclo, segundo dados preliminares.
De acordo com aquela comissão, o ex-presidente do parlamento Nurlanbek Turgunbek e o ex-procurador-geral quirguiz Kurbankul Zulúshev conseguiram ser eleitos.
Os resultados finais das eleições serão conhecidos até 14 de dezembro.
Estas legislativas vão consolidar as alterações constitucionais de 2021, que reduziram significativamente os poderes do parlamento e aumentaram os poderes presidenciais, com alguns analistas a considerarem que esta eleição poderá ser o golpe final no sistema político parlamentar do Quirguistão, passando o país a ter um sistema presidencialista.
O país, que fez parte da União Soviética até 1991, tem sido denunciado por várias organizações não-governamentais (ONG) pelo declínio da liberdade de expressão, sendo que as eleições foram seguidas por mais de 130 observadores internacionais, 80 dos quais enviados pela OSCE.
O Quirguistão era, até há pouco tempo, considerado o país mais democrático de uma região dominada por regimes autoritários, apesar das frequentes detenções de políticos e jornalistas críticos dos governos.
Mas, desde a eleição do Presidente, Sadyr Japarov -- em janeiro de 2021 -, várias ONG tem descrito uma deterioração da situação.
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