Oposição argentina diz que nomeação de militar para a Defesa é retrocesso
- 23/11/2025
O ex-ministro da Defesa durante os Governos da Presidente Cristina Fernández (2007-2015) e Alberto Fernández (2019-2023), Agustín Rossi, declarou hoje, em entrevista à Rádio 10, que a nomeação de um militar para dirigir o ministério "é um enorme retrocesso para a democracia argentina e para as Forças Armadas".
Rossi alertou ainda que "as Forças Armadas estão a envolver-se no destino do Governo, quando deveriam ser protegidas de quaisquer circunstâncias políticas".
A nomeação de Presti, anunciada no sábado pelo gabinete do Presidente argentino, Javier Milei, faz do oficial o primeiro militar a chefiar o Ministério da Defesa desde o regresso da democracia na Argentina em 1983.
Jorge Taiana, deputado peronista eleito pela província de Buenos Aires e também ex-ministro da Defesa, concordou com Rossi e afirmou, numa publicação na rede social X, que a liderança civil das Forças Armadas "é um consenso democrático há mais de 40 anos" e que nomear um militar para chefiar o ministério "implica o uso partidário" da instituição.
Taiana afirmou ainda que o atual Governo "falhou na implementação de aumentos salariais e levou à falência o seu programa de bem-estar social", deixando "famílias de militares desprotegidas. Mais uma vez, as Forças Armadas estão a ser utilizadas para dar continuidade às políticas de austeridade e endividamento".
"Alberto Presti será o novo Ministro da Defesa. Esta é a primeira vez desde a restauração da democracia que este cargo será ocupado por um membro das Forças Armadas. O seu pai, Roque Carlos Presti, foi acusado de crimes contra a humanidade cometidos pelo regime terrorista de Estado", referiu no sábado o grupo de defesa dos direitos humanos H.I.J.O.S numa mensagem nas redes sociais.
A Presidência da República anunciou a nomeação de Presti no sábado e enfatizou, em comunicado, que a sua chegada visa promover "a profissionalização, modernização e despolitização" das Forças Armadas, em linha com a estratégia de segurança e defesa promovida pelo poder Executivo desde 2023.
Presti assumirá o cargo em 10 de dezembro, altura em que o atual ministro, Luis Petri, deixará o cargo para assumir o seu lugar como membro do Parlamento.
A saída de Luis Petri foi anunciada juntamente com a de Patricia Bullrich, ministra da Segurança Nacional, que foi eleita senadora em 10 de dezembro e será substituída pela atual Secretária de Segurança Nacional, Alejandra Monteoliva.
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