Operação Safra Justa evidencia "erro da extinção do SEF", diz associação
- 27/11/2025
Em comunicado publicado na sua página, a Associação para Memória Futura disse que as detenções feitas pela Polícia Judiciária (PJ) na terça-feira, em Beja, "são de tal gravidade", tendo em conta que foram detidos 10 militares da GNR e um elemento da PSP, que "realçam ainda mais, se tal era possível, o erro da extinção do SEF".
Além dos 11 detidos que fazem parte das forças policiais por suspeitas de pertencerem a uma rede criminosa de auxílio à imigração ilegal, a PJ deteve ainda outras seis pessoas e os 17 arguidos estão hoje a ser ouvidos no Tribunal Central de Instrução Criminal de Lisboa para conhecerem as respetivas medidas de coação.
Em causa está uma rede que controlava cerca de 500 trabalhadores estrangeiros no Alentejo, a maioria em situação irregular em Portugal. Segundo o Ministério Público, os imigrantes "estavam dispostos a trabalhar sem contrato formalizado" e recebiam "remuneração inferior à praticada no mercado para as funções" a realizar, por exemplo na agricultura.
Na operação "Safra Justa" estão em causa suspeitas de crimes de auxílio à imigração ilegal, de tráfico de pessoas, de corrupção ativa e passiva e de abuso de poder.
Agora, a Associação para Memória Futura questionou: "Foi para isto que extinguiram o SEF? Foi para isto que quiseram as competências do SEF?".
Os antigos trabalhadores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras voltaram a sublinhar que, cinco anos depois da extinção deste órgão, "a PSP continua a não estar preparada" para trabalhar em matérias relacionadas com estrangeiros e que os representantes da PSP continuam "sem noção da complexidade dos processos de retorno, assim como a subestimarem o trabalho que o SEF exercia com brio e muita competência informada na área da investigação criminal".
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