ONU: Al-Qaida e EI usam tecnologias emergentes para "manter relevância"
- 19/11/2025
O Conselho de Segurança reuniu-se hoje para a sessão anual pública sobre o trabalho dos seus comités de combate ao terrorismo, na qual a embaixadora Sandra Jensen Landi, da Dinamarca, apresentou as conclusões referentes ao Estado Islâmico no Iraque e no Levante (EIIL/Daesh) e a Al-Qaida, face ao período de 01 de janeiro a 18 de novembro de 2025.
De acordo com a diplomata, a ameaça representada pelo EIIL, Daesh, Al-Qaida e seus afiliados permanece dinâmica e geograficamente diversificada, sendo a maior intensidade observada em África.
Esses grupos terroristas continuam a intensificar a sua propaganda, explorando as plataformas de redes sociais para glorificar a violência, recrutar jovens e angariar fundos.
O uso contínuo de criptomoedas por parte dos mesmos representa um desafio crescente para a implementação das sanções, sublinhou a dinamarquesa.
Landi destacou que enquanto a liderança central da Al-Qaida "continua fraca e amplamente marginalizada", grupos afiliados, especialmente na região do Sahel, exploraram ressentimentos locais para expandir o seu alcance e financiamento.
"De um modo geral, o EI e a Al-Qaida demonstraram resiliência, capacidade de adaptação e oportunismo, explorando a instabilidade regional, a fragilidade da governação e as tecnologias emergentes para manter a sua relevância e projetar influência", disse, realçando a necessidade de vigilância contínua e de estreita cooperação multilateral no âmbito dos regimes de sanções.
Também o embaixador argelino Amar Bendjama, presidente do Comité de Combate ao Terrorismo, apresentou o seu relatório, indicando que o último ano foi marcado pela contínua evolução da ameaça e dos desafios do terrorismo global, com especial incidência no continente africano.
Bendjama reforçou que os grupos terroristas e os seus apoiantes continuam a intensificar a utilização da internet, das plataformas de redes sociais, da inteligência artificial e das plataformas de jogos para disseminar mensagens terroristas, recrutar indivíduos, angariar fundos e planear operações.
Além disso, as ligações entre terrorismo e crime organizado continuam a representar uma séria ameaça à paz e à segurança internacionais.
Os terroristas têm expandido a utilização de sistemas de aeronaves não tripuladas de formas cada vez mais sofisticadas, incluindo para a produção de armas improvisadas e para vigilância, empregando e integrando frequentemente tecnologias de dupla utilização, denunciou.
"Estes desenvolvimentos realçam a urgência de reforçar a resposta internacional, que deve apoiar os esforços dos Estados-membros para prevenir e interromper a utilização de novas e emergentes tecnologias financeiras para fins terroristas", instou.
Já o embaixador Eloy Alfaro de Alba, do Panamá, presidiu ao Comité 1540, criado para impedir que atores não estatais tenham acesso a armas de destruição em massa e incentivar a uma maior cooperação nesse sentido.
Alba alertou que consequências devastadoras e potencialmente catastróficas poderão resultar da utilização de armas nucleares, químicas ou biológicas por tais intervenientes e afirmou que tal possibilidade continua a ser motivo de séria preocupação para a comunidade internacional.
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