Num ano, Costa já presidiu a 22 cimeiras europeias e internacionais
- 01/12/2025
O balanço foi divulgado pelo Conselho Europeu, a instituição que junta os chefes de Governo e de Estado da União Europeia (UE) para definir as orientações e prioridades políticas comunitárias e que é liderada pelo antigo primeiro-ministro português há um ano, hoje assinalado.
"No seu papel como presidente do Conselho Europeu, António Costa envolve-se ativamente com parceiros de todo o mundo para promover a paz, a segurança e uma ordem internacional justa e baseada em regras", indica o organismo em comunicado.
De acordo com o Conselho Europeu, neste papel de liderança, "António Costa reforçou o envolvimento da UE com parceiros internacionais essenciais" já que, "desde dezembro de 2024, copresidiu um total de 11 cimeiras e reuniões de líderes com países e organizações que representam mais de 60% da família das Nações Unidas".
O presidente do Conselho Europeu representa externamente a União UE em questões de política externa e de segurança ao nível dos chefes de Governo e de Estado, incluindo em reuniões internacionais e outros fóruns.
"Num panorama geopolítico em rápida mudança e cada vez mais polarizado, o objetivo da UE é reforçar a cooperação para promover prosperidade, paz e segurança a nível mundial, e fortalecer a ordem multilateral global", aponta a instituição.
Da lista de cimeiras multilaterais e bilaterais faz parte a cimeira da UE com a União Africana na semana passada, bem como a cimeira do G20 e a de líderes UE-África do Sul, também em novembro, entre outras.
Só ao nível comunitário, António Costa presidiu a 11 reuniões nestes 12 meses, incluindo cimeiras ordinárias europeias (dezembro, março, junho e outubro), bem como reuniões informais ou por videoconferência ou Cimeiras Sociais Tripartidas.
Um dos encontros informais disse respeito, em fevereiro passado, a um retiro de líderes da UE focado na área da defesa, uma iniciativa criada pelo presidente do Conselho Europeu para promover discussões mais francas sobre prioridades europeias.
Para fevereiro do próximo ano, está previsto um retiro de líderes europeus sobre competitividade económica comunitária.
Depois de quase uma década como primeiro-ministro português, a 01 de dezembro de 2024, António Costa começou o seu mandato de dois anos e meio à frente do Conselho Europeu, sendo o primeiro socialista e o primeiro português neste cargo.
O primeiro ano de António Costa ficou marcado por um estilo de liderança focado no diálogo e na defesa dos valores fundamentais da União Europeia, mas também em mais eficiência dos métodos de trabalho.
Desde o início, o responsável definiu como prioridades a unidade entre os Estados-membros, o reforço do papel geopolítico da UE e a defesa de uma ordem internacional assente no multilateralismo.
Na cerimónia de transição, sublinhou que a preservação da democracia, dos direitos humanos, da paz e do Estado de direito seria o fio condutor da sua presidência.
Ao longo dos primeiros meses, António Costa procurou consolidar a sua relação com os líderes europeus e reforçar a coordenação institucional, tendo já visitado os países (alguns por duas vezes) para identificar sensibilidades nacionais e preparar consensos.
Em Bruxelas, existe a perceção de que a sua presidência aposta na construção de pontes e na aproximação política, evitando decisões impostas.
Nos próximos meses, terá de solidificar este papel de ponte entre os líderes da UE em discussões decisivas como o apoio financeiro à Ucrânia ou o próximo orçamento europeu a longo prazo.
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