Novos dados do homicida luso: Cláudio Valente vivia clandestino nos EUA
- 26/12/2025
Cláudio Valente, o português de 48 anos que, alegadamente, matou dois estudantes da Universidade de Brown e, dois dias depois, o renomado físico Nuno Loureiro, em Brookline, nos subúrbios de Boston, nos EUA, estaria a viver de forma clandestina no país.
Como realça o jornal Expresso, esta sexta-feira, o alegado homicida, que acabou por ser encontrado morto, fez tudo para dificultar a investigação, pelo que as pistas vão surgindo agora em conta-gotas.
Para já, sabe-se que há mais de uma década foi viver para os EUA e que, em abril de 2017 conseguiu mesmo obter os documentos de residência definitiva, depois de ter passado um período em Portugal. Mas desde aí, pouco se sabe. As autoridades norte-americanas acreditam até que, em 2025, Cláudio Valente vivia clandestinamente no país.
A sua última morada conhecida foi numa moradia de 362 mil euros, em Miami, como o Notícias ao Minuto já tinha dado conta.
Nas diligências já efetuadas, o FBI descobriu que, para não ser detetado, o português usava um cartão SIM europeu e dispositivos que dificultavam o rastreamento do telemóvel.
Junto ao corpo, encontrado um armazém de Salem, New Hampshire, três dias após matar o ex-colega do Instituto Superior Técnico (IST), Nuno Loureiro, que era atualmente professor de Engenharia Nuclear e diretor do MIT, as autoridades norte-americanas encontraram ainda duas pistolas de 9 mm, 200 cartuchos, carregadores, coletes à prova de balas, vários documentos de identificação, telemóveis e pen drives.
Raízes da tragédia no Técnico?
Também hoje, 26 de dezembro, o The Guardian avança que o "clima académico exaustivo" pode ter afetado a sua saúde mental. De acordo com o jornal, ex-colegas do português questionam se as raízes da tragédia residem na experiência partilhada com Nuno Loureiro numa "universidade de prestígio de Portugal", que sabe-se agora ser o Técnico, onde ambos os portugueses terminaram os estudos em 2000.
O The Guardian descreve ainda o estabelecimento de ensino superior português como "exigente", com base nos testemunhos consultados.
Recorde-se que Cláudio Valente, que entretanto tirou a própria vida, entrou na Universidade de Brown, no sábado dia 13 de dezembro, atirou contra vários estudantes. Dois acabaram mesmo por morrer, enquanto outros nove ficaram feridos. Dois dias depois, na segunda-feira, 15 de dezembro, foi até a casa do também português Nuno Loureiro, de 46 anos, e matou-o.
Durante vários dias, não se sabia quem era o autor de tamanha violência. Mas um post no Reddit e uma pessoa em situação de sem-abrigo ajudaram a chegar a Cláudio Valente.
Apesar disso, ainda há muitas pontas soltas na investigação. As autoridades norte-americanas tentam esclarecer tudo até ao último detalhe.
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