Nova Marginal de Luanda obriga a realojar 2.000 famílias
- 23/11/2025
Segundo o diretor nacional de Infraestruturas Urbanas, Simão Tomé, serão erguidas 2.000 habitações, de várias tipologias, para realojar as famílias que terão de ser retiradas daquela faixa.
O responsável adiantou que também os pescadores que exercem a sua atividade na zona serão realojados.
A obra, a cargo da Mota-Engil e cuja primeira fase vai custar 245 milhões de euros, recebeu hoje a visita do primeiro-ministro português, Luís Montenegro.
O chefe do Governo destacou que este foi um dos projetos que beneficiou da linha de crédito que Portugal disponibiliza a Angola, para obras em que sejam contratadas empresas portuguesas, e que foi reforçada com 500 milhões de euros em julho de 2024, recebendo novo reforço de 750 milhões de euros este ano, num total de 3.250 milhões de euros.
Ao apresentar a obra, Simão Tomé afirmou que visa melhorar a mobilidade, resolver problemas de drenagem pluvial e de águas residuais e impulsionar o desenvolvimento urbano, integrando vias, viadutos, habitação e sistemas de saneamento.
O projeto tem 7,3 quilómetros de extensão, ligando o Memorial António Agostinho Neto ao viaduto da Corimba, e inclui três viadutos, além de 26 quilómetros de vias urbanas destinadas a reforçar a ligação entre os principais eixos que unem o sul de Luanda ao centro da cidade.
A obra inclui também a construção de estações de tratamento de águas residuais que vão tratar os efluentes atualmente lançados diretamente no mar, com capacidade para atender cerca de dois milhões de habitantes.
As dragagens previstas permitirão conquistar 120 metros ao mar, criando uma plataforma marítima onde serão instaladas três faixas de rodagem, incluindo uma exclusiva para autocarros.
A obra decorrerá em três fases: a primeira, correspondente à construção da marginal propriamente dita, terá a duração de 36 meses e inclui 400 habitações sociais, num contrato de 245 milhões de euros; a segunda fase contempla mais habitações e trabalhos ambientais; e a terceira prevê a construção do corredor do rio Cambambe.
Simão Tomé destacou a complexidade técnica da intervenção, que exige estudos de maré e dragagens, devendo iniciar-se em dezembro a execução da plataforma marítima.
O ministro angolano das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação, Carlos Alberto dos Santos, sublinhou que as relações entre Angola e Portugal no setor das obras públicas são antigas e apontou como exemplo o conjunto de infraestruturas construídas no país, desde estradas, pontes e viadutos a escolas.
Afirmou que Angola precisa destas obras e tem dado passos positivos com o apoio de várias empresas portuguesas, também a nível da cooperação para a formação técnica de quadros angolanos, que considerou essencial.
Recordou que Angola tem uma malha viária de 80 mil quilómetros, dos quais Luanda representa entre 10 e 15%, notando que "há ainda muita infraestrutura por fazer".
Sobre o projeto da Marginal da Corimba, disse tratar-se de uma obra diferenciadora e com impacto na melhoria do ordenamento urbano e criação de emprego, destacando também neste domínio a cooperação entre Angola e Portugal.
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