Ninguém reclamou corpo de Cláudio Valente, assassino de Nuno Loureiro
- 22/12/2025
O corpo do serial killer Cláudio Valente, assassino de Nuno Loureiro e de dois estudantes da Universidade de Brown, nos Estados Unidos da América (EUA) ainda não foi reclamado.
De acordo com o Correio da Manhã, que avança com a notÃcia, o homicida, natural do Entroncamento, poderá mesmo vir a ser sepultado como indigente do outro lado do Atlântico, se a famÃlia, de classe média mas com quem tinha cortado relações, não se responsabilizar pelas cerimónias fúnebres ou envio dos restos mortais para Portugal.
Desde que se soube que Cláudio Valente, que entretanto foi encontrado morto por um tiro auto-infligido, era o autor dos três homicÃdios, que várias vozes se levantaram para falar dele. A maioria de forma negativa.
Uma das últimas citadas pelos meios de comunicação social norte-americanos é de um ex-amigo do triplo homicida. À CBS, Scott Watson, professor de fÃsica na Universidade de Syracuse revelou que conheceu Cláudio Valente quando ambos estudavam na Universidade de Brown, entre 2000 e 2001.
Já nessa altura, há vários anos, o português era "socialmente estranho" e mostrava sinais de não conseguir conter a "raiva".
"Eu era praticamente o seu único amigo"
"Quando estudávamos em Brown eu era praticamente o seu único amigo. Ele era socialmente estranho e eu também, o que acho que explica a ligação que tivemos. Durante a semana de integração, ele estava sentado sozinho. Eu aproximei-me e cumprimentei-o. No inÃcio, ele mostrou-se reservado mas consegui quebrar o gelo e ficamos amigos, revelou Scott Watson, à CBS.
Apesar disso, o docente universitário admite que os sinais possam ter estado "sempre lá", uma vez que ficava, "frequentemente frustrado", "irritado com as aulas, os professores e as condições de vida".
"Ele dizia que as aulas eram fáceis demais – e, honestamente, para ele eram mesmo. Ele já sabia a maior parte da matéria. Era realmente impressionante. Lembro-me dele ficar irritado com a qualidade da comida do campus, principalmente, com a falta de peixe de qualidade", adiantou.
A última vez que falou com o amigo foi em 2003. "Ele disse-me que ia regressar a Portugal, embora pareça que isso não tenha acontecido", notou.
À CNN internacional, o mesmo professor já tinha reconhecido que, apesar de se dar bem com ele, Cláudio Valente reclamava da vida nos EUA e que era "raivoso". A certa altura teve mesmo de o "separar de uma briga" com um colega a quem "insultava e chamava escravo".
No entanto, Scott Watson também guarda boas recordações do antigo amigo. "Lembro-me dos jantares com ele num restaurante português perto do campus, que foram genuinamente bons. Ele também conseguia ser gentil e amável, apesar de muitas vezes ficar frustrado e irritado", salientou.
Recorde-se que Cláudio Valente, de 48 anos, foi identificado como suspeito do ataque ocorrido a 13 de dezembro, na Universidade de Brown, que matou dois estudantes e feriu outros nove.
As autoridades norte-americanas confirmaram, posteriormente, que o português, era também o suspeito do homicÃdio do professor de fÃsica e diretor do MIT, o também português, Nuno Loureiro, baleado em sua casa, em Brookline, Massachusetts, na noite de segunda-feira, 15 de dezembro.
Funeral de Nuno Loureiro também ainda não se realizou
O funeral de Nuno Loureiro também ainda não se realizou. Tudo indica que as cerimónias fúnebres se realizem nos EUA, onde o renomado investigador vivia com a mulher e os três filhos.
Entretanto, amigos da famÃlia criaram uma petição pública para ajudar os menores na sua educação. Até ao momento já foram angariados mais de 260 mil euros.
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