Nicarágua acusa EUA na ONU de "pirataria moderna" contra a Venezuela
- 24/12/2025
"Denunciamos estes roubos, o sequestro de petroleiros e a expropriação de ativos financeiros, que atentam contra a soberania do povo da Venezuela e representam uma ameaça perigosa à paz e estabilidade de toda a América Latina e das Caraíbas, com consequências catastróficas para o comércio e a navegação mundial", afirmou o embaixador nicaraguense junto das Nações Unidas, Jaime Hermida.
A declaração foi feita durante uma reunião de emergência do Conselho de Segurança convocada por Caracas, face à intensificação da pressão dos Estados Unidos sobre o governo do Presidente Nicolás Maduro.
A Nicarágua condenou as "agressões e hostilidades contínuas" dos EUA contra a Venezuela, que qualificou como "bloqueio económico criminoso" e "guerra híbrida" com o objetivo de provocar sofrimento à população civil.
"Estas ações deliberadas pretendem provocar o colapso de uma nação soberana, para impor, através da força, da intimidação e da fome, um governo submisso ao serviço de interesses estrangeiros egoístas", acrescentou Hermida, cujo discurso foi também divulgado oficialmente pelo governo de Manágua.
O diplomata exigiu "o fim imediato do destacamento militar dos Estados Unidos na (...)região da América Latina e das Caraíbas", classificando a presença norte-americana como uma "ameaça direta à segurança das (...) nações" e um "ato descarado para mudar governos legítimos e democraticamente eleitos".
Hermida apelou à comunidade internacional para que "ponha fim às ações imperialistas e colonizadoras dos Estados Unidos na região" e respeite os princípios fundamentais da Carta das Nações Unidas, incluindo a não intervenção, a resolução pacífica de conflitos e a igualdade soberana dos Estados.
A Nicarágua manifestou ainda "solidariedade inquebrantável, fraterna e militante com o Governo constitucional do Presidente Nicolás Maduro, com o povo chavista e bolivariano e com as Forças Armadas Nacionais Bolivarianas da Venezuela".
Segundo Hermida, a soberania e integridade territorial da Venezuela "devem ser respeitadas" e fazem parte da identidade coletiva da América Latina e das Caraíbas. "A sua luta é a nossa luta", concluiu.
O representante exigiu o respeito pela "dignidade e soberania" da Venezuela, o direito de comercializar livremente os seus recursos naturais e o fim imediato das "medidas coercivas unilaterais ilegais", que, afirmou, comprometem a estabilidade regional e equivalem a um "castigo coletivo" proibido pelo direito internacional.
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