"Não vem aí uma revolução nem perda de direitos. Greve não faz sentido"
- 05/12/2025
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, assegurou, durante o debate quinzenal desta sexta-feira, 5 de dezembro, na Assembleia da República (AR) que respeita "integralmente o direito à greve geral" não colocando "nunca" em causa esse direito. No entanto, não compreende que aconteça nesta altura.
"Francamente, numa altura em que o país tem um rendimento médio que subiu 6,5%, o maior aumento da OCDE, numa altura onde o aumento transversal do rendimento dos trabalhadores portugueses andou na casa dos 9% neste ano de 2025, numa altura onde a carga fiscal e contributiva está a diminuir, numa altura onde este Parlamento aprovou o Orçamento do Estado para 2026 que consagrou a quarta descida consecutiva do IRS - em apenas um ano e oito meses de governação, e numa altura onde se perspetiva que o salário mínimo nacional volte a subir por via de um acordo subscrito na concertação social não se compreende", atirou.
Para Montenegro, o Governo "não se conforma com uma economia a crescer 2%", que o Executivo AD quer um crescimento de "3%, 3,5%, 4%".
O Chefe de Governo falou ainda dos acordos celebrados na Administração Pública e atira ao líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias: "Podem ser os acordos Montenegro, Miranda Sarmento... acordos Medina não são de certeza, porque esse não assinou nenhum e o senhor também não".
"Agora estamos no caminho certo, estamos a construir o Portugal do futuro", atirou, questionando: "Uma greve geral porquê? Para reclamar o quê do Governo?"
"A greve é política, motiva aqueles que nunca chegarão a acordo, não querem chegar a acordo - a CGTP - e mobiliza os outros que caíram na armadilha da CGTP", considerou, garantindo, contudo, que "respeita quem tem responsabilidades sindicais".
"Não vem aí nenhuma revolução, não vai haver nenhuma perda de direitos, esta greve não faz sentido", conclui.
Nova lei de retorno de imigrantes acabará com legislação "que favorece abusos"
O primeiro-ministro defendeu também hoje que o novo regime jurídico de retorno para imigrantes em situação ilegal permitirá acabar com "legislação permissiva" que favorece o abuso e beneficia os infratores.
"Aquilo que temos hoje é uma legislação permissiva cujas regras acabam por favorecer o abuso e acabam, no fim do dia, por fazer com que quem incumpre tenha o benefício do incumprimento", afirmou o primeiro-ministro sobre o assunto.
[Notícia atualizada às 11h21]
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