"Não sei se tribunais vão ter de fazer cartaz: 'Ventura tem de cumprir'"
- 23/12/2025
"Eu não sei se os tribunais vão ter que fazer uns cartazes a dizer 'André Ventura tem de cumprir a lei', mas convenhamos, neste país ninguém está acima da lei, toda a gente tem de a cumprir", disse Catarina Martins, que falava aos jornalistas numa visita à Feira dos 23, em Coimbra.
A candidata presidencial comentava a decisão do Tribunal Cível de Lisboa, que condenou o líder do Chega a retirar todos os cartazes da campanha presidencial que visam a comunidade cigana, tendo André Ventura já afirmado que não se arrepende dos cartazes, admitindo poder recorrer da decisão.
Na visita à Feira dos 23, na zona de Bencanta, Catarina Martins foi colhendo vários votos de boas festas e também apoio à sua candidatura, além de vários elogios à sua imagem: "É ainda mais bonita ao vivo".
Sobre as presidenciais, que decorrem em janeiro, a candidata considera que está "tudo em aberto", afirmando que os debates mostram "como os interesses económicos estão colados a alguns candidatos ou até a bastantes candidatos".
"Eu falo com as pessoas, as pessoas vêm falar comigo e vêm falar comigo de quê? Do salário, da pensão, vêm falar comigo da saúde, das suas vidas sofridas, do que é preciso. E, numas eleições em que está tudo em aberto, este é seguramente o momento de Portugal poder ter uma mulher na Presidência da República que defenda o salário, a pensão, o acesso à saúde e que não está presa a nenhum interesse económico que se esconda na sombra", salientou.
Para Catarina Martins, os grandes interesses económicos "não precisam de ninguém que os defenda na Presidência da República".
Vincando essa mesma ideia, a candidata disse que não é facilitadora de negócios e não tem esses mesmos interesses económicos "a apoiar a sua candidatura".
"As pessoas conhecem-me e sabem que eu não hesito em defender quem trabalha, quem constrói este país, quem trabalhou toda uma vida. Foi sempre o que fiz. E também sabem que eu não hesito em denunciar os interesses que se movem na sombra", salientou.
Em declarações aos jornalistas, a candidata chamou ainda a atenção para um investimento noticiado pelo jornal Expresso de 5,8 mil milhões de euros do Governo no setor da defesa que será feito sem recurso a concursos públicos.
Catarina Martins acusou o ministro da Defesa, Nuno Melo, de querer "fazer um negócio sem contrato público", onde "nem sequer diz os técnicos que estão a escolher o que vai comprar".
"Eu só me lembro dos mil milhões de euros que foram gastos em submarinos há uns anos em que houve condenados por corrupção na Alemanha e não houve em Portugal. E, quando há tanta gente que neste Natal conta aos tostões para pôr uma ceia em cima da mesa, eu pergunto-me se nós não precisamos de uma Presidente da República que peça contas sobre os negócios que não são explicados", disse.
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