'Mona Lisa' do ovos Fabergé tem novo recorde: Joia vendida por 26 milhões
- 02/12/2025
A venda de um ovo Fabergé atingiu um novo recorde, esta terça-feira, ao ser adquirido por quase 23 milhões de libras (cerca de 26 milhões de euros). O anúncio foi feito pela leiloeira Christie's, que dava conta, de acordo com a Associated Press (AP), que este era um dos sete ovos que continuava a pertencer a coleções privadas.
A peça de joalharia tem dez centímetros e é feita de cristais finamente esculpidos. É ainda coberta pela imagem de flocos de neve em platina com 4.500 pequenos diamantes incorporados. Ao abrir-se, revela, tal como pode ver assim, uma cesta de flores removível - flores estas feitas em quartzo. A instalação simboliza a primavera, ainda que à peça seja dado o nome de "Ovo de Inverno".
A venda ultrapassou a venda de um outro ovo Fabergé feita em 2017, que então ficou nos cerca de 15 milhões de euros. O ovo em causa tinha sido criado para a família Rothschild, família esta com origem na Alemanha e que prosperou no fim do século XVIII, chegando a ultrapassar as famílias bancárias importantes da época como os Baring ou Berenberg.
Os ovos Fabergé: Os outros e este, apelidado de Mona Lisa
Peter Carl Fabergé e a sua empresa criaram mais de 50 ovos para a família imperial russa entre 1885 e 1917, sendo cada um destes único e contendo uma surpresa escondida. O czar Alexandre III iniciou a tradição presenteando sua esposa com um ovo a cada Páscoa. O seu sucessor, Nicolau II, começou a presentear, para além da esposa, a mãe.
O "Ovo de Inverno" foi dado por Nicolau II, o último czar da Rússia à sua mãe, a imperatriz consorte Maria Feodorovna durante a Páscoa de 1913. Este foi um dos dois ovos criados pela designer Alma Pihl, pertencendo o outro à família real britânica.
O Império Russo foi liderado pela Dinastia Romanov durante mais de 300 anos, de 1613 a 1917, quando se deu a Revolução Russa. Nicolau II e a família foram assassinados no ano seguinte.
Ainda de acordo com a AP, o "Ovo de Inverno" foi comprado por um negociante britânico por 450 libras (cerca de 512 euros), quando as autoridades russas, em dificuldades financeiras, venderam alguns tesouros da Rússia na década de 1920. A obra teve vários proprietários ao longo dos anos e acredita-se que esteve perdida durante décadas, até ser leiloado pela Christie's, em 1994, por cerca de 4.8 milhões de euros e novamente em 2002, por 8,3 milhões de euros. A agência de notícias escreve ainda que de cada vez que este ovo é vendido, tem vindo a marcar um recorde.
A chefe do Departamento de Arte Russa da Christie's, Margo Oganesian, apelidou o ovo da 'Mona Lisa das Artes Decorativas', dado o magnífico design. Há atualmente, de acordo com a AP, 43 ovos Fabergé, a sua maioria em museus.
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