Martínez abre a porta a Paulinho na seleção: "Está num momento incrível"
- 12/12/2025
Roberto Martínez marcou, esta sexta-feira, presença no programa 'Futebol Total', do Canal 11, no qual falou da Seleção nacional, que vai competir no Mundial'2026, organizado pelos Estados Unidos da América, México e Canadá.
O selecionador começou por avaliar o sorteio da fase de grupos. Além da Colômbia, Portugal vai defrontar, no Grupo K, o estreante Uzbequistão e o vencedor do caminho 1 do playoff intercontinental, entre República Democrática do Congo, Jamaica ou Nova Caledónia.
"Tivemos sorte. O primeiro jogo é apenas dia 17 de junho e isso é um aspeto importante para a nossa preparação individual. Todos os jogadores têm épocas cheias de minutos e é importante o descanso. Podemos ter dois jogos amigáveis [dia 6 e dia 10] em Portugal com os nossos adeptos. Não acredito em estar muito tempo no país organizador do Mundial, que vai ser diferente, há muita logística, é o mais complexo de sempre com 48 equipas. Acompanhei o Mundial de Clubes e há o aspeto da humidade, da altitude. Importante treinar bem, mas adaptar também ao clima, manter os jogadores com energia para jogar", referiu o técnico espanhol, projetando o último jogo da primeira fase, com a Colômbia, em Miami, no dia 28 de junho:
"Equipa flexível, com qualidade individual. Vi o jogo do Luis Diaz pelo Bayern com o PSG [marcou dois golos], está num momento incrível. É uma seleção de torneios importantes. A fase de grupos vai ser um teste para nós."
Importância de José Sá para o balneário
De seguida, Roberto Martínez falou da importância de criar um bom balneário para atingir os objetivos.
"Recordo a última Liga das Nações, na Alemanha, na qual o José Sá foi muito importante. Não jogou um minuto no relvado e precisamos desses jogadores para criar a melhor equipa. Não é fácil, estamos a falar dos melhores jogadores do País, que jogam todos os minutos. José Sá ajudou o Diogo Costa antes dos penáltis, a dar um apoio, uma palavra, a treinar como se fosse o último treino da carreira. Nós temos uma lista de 55 jogadores, mas há jogadores que ficam de fora em detrimentos de outros, que têm um dia a dia mais fácil, mais habituados em determinados papéis. A convivência é essencial. A nossa preparação será de oito jogos" referiu.
México e Estados Unidos da América em março
Portugal vai disputar dois jogos de preparação no final de março, no México e Estados Unidos da América, países anfitriões do Mundial.
"Jogar em Atalanta com os Estados Unidos seria semelhante a jogar com o Canadá, em Vancouver, num estádio fechado. Jogar no México representa o desafio mais exigente para o jogador europeu, pelo aspeto psicológico, da altitude. México é tradicional nos Mundiais, mas apenas entrou na fase do mata a mata a jogar em casa. Essa experiência era um forma segurar de preparar o estágio de março", alertou.
Final do Mundial em mente
Dia 19 de julho será a data da realização da final do Mundial'2026. Roberto Martínez fala num sonho a alcançar:
"Cheguei a Portugal com o sonho de ganhar o Mundial. Somos favoritos? Não. Só há oito seleções, que venceram o Mundial. Há um aspeto psicológico muito importante. Nós nunca ganhamos o Mundial, mas podemos ser candidatos. O jogo com a França [Euro'2024] disse-nos que somos capazes, temos talento individual, resiliência como equipa. Merecemos ganhar contra a França [derrota nos penáltis]. Utilizamos isso para a Liga das Nações, que não tem um nível de um Europeu ou Mundial, mas é mais difícil. São 10 jogos neste formato. Ganhar a Alemanha na Alemanha demonstra o aspeto psicológico. Sofremos primeiro, mas vi uma equipa que acredita, que joga olhos nos olhos. Podemos ganhar ou perder."
Impacto da perda de Diogo Jota e crença em Paulinho
A morte de Diogo Jota, vitima de um acidente de viação, acompanhado pelo irmão André Silva, foi recordada pelo técnico:
"Tragédia difícil de explicar. Nós conseguimos que o DIogo Jota seja a nossa força. É uma responsabilidade poder cumprir o sonho dele de ganhar o Mundial. Falamos muito de jogadores, mas o Diogo Jota era uma força no balneário, muito versátil, com garra, contagioso. A carreira dele foi isso, acreditar muito. Não podemos substituir Diogo Jota. Em março, precisamos de encontrar um novo ponta de lança. O Cristiano Ronaldo e o Gonçalo Ramos são a referência, mas precisamos de mais um. Paulinho (Toluca) está num momento incrível. Estamos a acompanhar o André Silva, que começou muito bem no Elche, o Fábio Silva, que também tem uma polivalência. O Paulinho é um jogador de área e está num momento importante dentro do seu balneário. Cresceu muito e era uma opção dentro dos 26."
Papel de Cristiano Ronaldo
Roberto Martínez comentou ainda o 'tabu' de que a Seleção Nacional joga melhor sem Cristiano Ronaldo.
"Temos de ver o que o Cristiano faz ao adversário. Com ele em campo, são dois jogadores condicionados. O importante é utilizar o espaço que ele cria e temos de usar a experiência dele dentro da área. O problema do Cristiano é que toda a gente tem uma opinião e não vê o jogo. Nós avaliamos os todos os jogadores de forma igual. A atitude atual do Cristiano é exemplar. Todos os jogadores no onze inicial condicionam. Temos de apreciar o que faz, são 21 anos na seleção. O que o Cristiano transmite em gerações novas, mais velhas, é algo único. Tentámos dar naturalidade, porque é um respeito."
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