Marques Mendes quer "ajudar a unir e não dividir" e recusa ser "frouxo ou mole"
- 26/11/2025
Num discurso na inauguração da sua sede de campanha, em Lisboa, Luís Marques Mendes afirmou que quer ser Presidente da República para, "com experiência, independência e capacidade de fazer consensos, exercer uma magistratura de influência para ajudar a resolver os problemas das pessoas".
"Consensos por uma razão simples: é aquilo que nos tem faltado em Portugal. Nós precisamos de unir e não dividir. Alguém que faz consensos não é um frouxo, é um patriota. Alguém que faz consensos não é uma pessoa mole. Não. É uma pessoa corajosa, porque está a fazer um acordo com o interesse nacional", afirmou Luís Marques Mendes.
O candidato presidencial, apoiado pelo PSD e CDS-PP, fez esta afirmação no dia a seguir ao debate televisivo que o opôs a André Ventura, que o acusou de ser uma "marioneta do Governo" e o "candidato das elites".
Marques Mendes frisou que, se for eleito Presidente da República, tenciona "usar a experiência, a independência e a capacidade de fazer consensos para evitar crises e resolver problemas das pessoas".
"Quando eu falo da necessidade em termos de estabilidade, a estabilidade é para as pessoas, sobretudo as mais frágeis e as mais vulneráveis. Quando eu falo de ambição nacional, é para puxar o país para cima: na economia, no social, na tecnologia, na inovação, na inteligência artificial", afirmou.
Neste discurso, a que assistiram personalidades do PSD e, pela primeira vez numa iniciativa de campanha, do CDS-PP, designadamente o secretário-geral do partido, Pedro Morais Soares, Marques Mendes frisou que tenciona fazer "uma campanha com duas preocupações: pela positiva e de ideias e propostas concretas, dentro dos poderes presidenciais".
"Uma campanha positiva porque não é do meu feitio, da minha maneira de ser -- e acho que também não é disso que o país precisa -- uma campanha de ataques pessoais, de má-língua ou uma campanha de maledicência. Não, tem de ser uma campanha pela positiva", referiu.
Por outro lado, o candidato presidencial salientou que tenciona apresentar propostas na sua campanha, não para "prometer o impossível" ou aquilo "que só está na competência ou do parlamento ou do Governo", mas apenas dentro dos limites dos poderes presidenciais.
Neste ponto, Marques Mendes recordou a proposta que anunciou esta terça-feira à noite no debate televisivo contra André Ventura de consagrar a sua primeira reunião do Conselho do Estado ao tema da reforma da Justiça e do combate à corrupção, aproveitando para saudar a criação de uma Comissão de Combate à Fraude no SNS, que, segundo uma resolução hoje publicada em Diário da República, será presidida por um magistrado.
"Acho que, a confirmar-se, é uma notícia na boa direção. Combater a fraude é importante. Ter alguém com competência e independência para o futuro, ainda mais importante. Não podemos generalizar, mas todos os casos concretos de fraude, de corrupção, devem ser combatidos para que não haja qualquer tentação de generalização", referiu.
Marques Mendes considerou que, em matérias de fraude, há dois aspetos: "o lado negativo é que uma fraude é absolutamente inaceitável, o lado positivo é que o Estado funciona porque descobre, investiga e leva os criminosos a julgamento".
O candidato presidencial referiu que é esse "espírito construtivo" que anima a sua campanha, antes de pedir aos militantes que o ouviam, entre os quais o seu mandatário em Lisboa, Eduardo Barroso, para que encarem os próximos meses de campanha com energia e "sentido de união".
"Eu quero ajudar a unir, não a dividir. E por isso conto com todos: aqueles que me apoiarem, os que não apoiarem, os que votarem em mim ou não votarem. Todos são portugueses, todos merecem o mesmo respeito", disse.
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