Marques Mendes defende importância de decisão "rápida" no caso Spinumviva
- 09/12/2025
"Tudo que seja concluir um processo e ter uma decisão, é uma boa notícia", afirmou, em declarações aos jornalistas no final de uma visita às instalações da Polícia Judiciária (PJ), em Lisboa.
Na ocasião, o candidato a Presidente da República foi questionado sobre as declarações do procurador-geral da República (PGR), que disse hoje esperar que a averiguação preventiva ao caso Spinumviva, empresa da família do primeiro-ministro Luís Montenegro, fique concluída até ao início das férias judiciais de Natal, em 22 de dezembro.
"Há uma averiguação preventiva em curso no Ministério Público, o importante é que ela seja decidida rapidamente. Se é antes de eleições, depois de eleições, o fator mais importante é rapidez", considerou.
Questionado se a decisão deve sair antes do arranque da campanha oficial para as eleições presidenciais de 18 de janeiro, o candidato apoiado por PSD e CDS-PP considerou que "não tem nada a ver a questão jurídica, judicial, com a política".
"Não juntemos uma coisa à outra, é completamente irrelevante", sustentou.
Marques Mendes foi questionado também sobre outras declarações do PGR, neste caso sobre a Operação Influencer, em que Amadeu Guerra indicou que não tem agendas e reiterou que não ficou satisfeito com a divulgação do conteúdo de escutas envolvendo o ex-primeiro-ministro António Costa.
"Eu compreendo que o Ministério Público não tenha agenda, mas há evidentemente algumas coisas que o Ministério Público deve explicar. Ainda ninguém percebeu o que existe no caso da Operação Influencer, ainda ninguém percebeu porque é que ao fim de dois anos ela ainda não está fechada. Fechada não quer dizer arquivada, é ou arquivada ou com acusações", afirmou.
O candidato a Belém e ex-líder do PSD considerou igualmente que "é difícil de compreender que ainda ninguém saiba, ao fim deste tempo todo, o que é que aconteceu para que, em São Bento, na residência oficial do primeiro-ministro, houvesse dinheiro, 75 mil euros, em notas, escondidos num gabinete oficial ao lado do do primeiro-ministro".
"Isto é normal? Não é. Alguém percebeu já o que é que aconteceu? Ninguém percebeu. Eu compreendo que o Ministério Público é muito profissional, que o seu Procurador-Geral é uma pessoa muito profissional e competente, mas nós precisamos, portugueses, de respostas para estas questões", referiu.
No Dia Internacional Contra a Corrupção, Luís Marques Mendes destacou o trabalho da PJ, salientando que "é uma polícia muito competente e muito profissional, da qual todos os portugueses se devem orgulhar", e destacando também o reforço de meios e a colaboração com os países africanos de língua portuguesa.
"Os portugueses podem, muitas vezes, ter razões para criticar, e devem criticar, mas também devemos elogiar aquilo que funciona bem, aquilo que é competente, as instituições que fazem um trabalho muito profissional, sobretudo nesta área que deve ser uma prioridade, o combate à corrupção e o combate à criminalidade económica e financeira", sustentou.
Questionado também sobre o seu passado profissional, o candidato a Belém referiu que "é tudo público" e que teve "uma ligação de um ano e meio, dois anos, como presidente da Assembleia Geral" do Banco Caixa Angola.
"Foi com o objetivo de resolver um problema que existia, que estava quase a impedir o banco de funcionar. E quando ajudei a resolver, e tenho muito orgulho nisso, esse problema, renunciei e saí, missão cumprida", indicou, dizendo estar "livre para lidar com tudo" e que "quem não deve, não teme".
Leia Também: Documentos de Montenegro "foram todos entregues" mas "tardaram"













