Mais de 3.000 moçambicanos sem carta desde janeiro devido a infrações
- 10/12/2025
"De janeiro a setembro de 2025, foram inibidos da faculdade de conduzir 3.025 condutores", disse o ministro dos Transportes e Logística, João Matlombe, no parlamento, referindo-se às "medidas concretas para reduzir a sinistralidade rodoviária".
A medida de inibição de condução, explicou, "resultou das ações de fiscalização rodoviária e das recomendações dos relatórios de peritagem dos acidentes de viação registados nas rodovias do país".
O Governo responde hoje a perguntas de deputados no parlamento, onde o ministro dos Transportes adiantou que do global dos infratores na via pública, 1.496 foram sancionados por prática de contravenções médias e 1.529 devido a contraordenações graves.
O executivo moçambicano prometeu continuar a promover a segurança rodoviária, privilegiando a educação e sensibilização para promover comportamentos seguros na via pública.
"As mortes nas nossas estradas devem indignar a todos nós. Cada vida perdida é uma tragédia evitável que fere famílias e compromete o futuro da nação", admitiu o ministro dos Transportes e Logística.
Ainda nas ações para travar acidentes nas estradas, o Governo lança no dia 12 deste mês uma campanha que vai durar até 15 de janeiro, com o objetivo de reforçar o controlo e a monitorização da mobilidade durante as festas do Natal e da passagem do ano.
"Aproveitamos esta oportunidade para apelar a todos os intervenientes na via pública, para o redobrar de esforços na implementação de medidas de prevenção dos acidentes de viação. Aos concidadãos que planeiam viajar neste período, planifiquem as suas viagens com a necessária antecedência, tomando todas as precauções para viagens seguras", pediu João Matlombe.
Os índices de acidentes rodoviários em Moçambique são classificados como dramáticos, com as autoridades a apontarem o excesso de velocidade e a condução sob efeito de álcool como as principais causas.
Só de janeiro a setembro, apontou anteriormente o chefe de Estado moçambicano, Daniel Chapo, foram registados 408 acidentes de viação em todo o país, contra 459 em 2024, que provocaram 662 mortes, quando no mesmo período de 2024 foram contabilizadas 555 vítimas mortais, dados que mostram que a sinistralidade é "mais mortífera" do que a malária, que registou 308 mortes hospitalares em 2024.
Para travar a sinistralidade, o Governo moçambicano aprovou em 15 de abril último um Plano de Ação de Segurança Rodoviária, que prevê uma série de ações para reduzir o número de acidentes de viação, incluindo o reforço das fiscalizações, alterações à legislação e intervenções em pontos considerados críticos, bem como a sensibilização das comunidades.
Já em setembro, o executivo anunciou o estabelecimento de pontos de descanso obrigatórios para condutores a cada 300 quilómetros e o revezamento de motoristas de longo curso como parte das medidas para travar os acidentes de viação.
Dois meses depois, os acidentes continuaram a matar nas estradas, com o Presidente moçambicano a avisar a polícia para tomar medidas que travem a sinistralidade rodoviária, que também associa às práticas de corrupção na corporação, não compreendendo como é que os comandantes conseguem "dormir" neste cenário.
"Companheiros, do que é que estão à espera para tomarem medidas corretivas para pararem com os acidentes de viação? Não faz sentido que vocês consigam apanhar sono, enquanto vidas inocentes se perdem na via pública, por apadrinhamento criminoso e cúmplice daqueles que podiam controlar e evitar estes acidentes de viação", criticou Daniel Chapo.
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