Maduro confiante na vitória ordena a Força Aérea prontidão para defender país
- 27/11/2025
Embora o Governo do Presidente norte-americano, Donald Trump, tenha ordenado às suas Forças Armadas o bombardeamento de embarcações no mar das Caraíbas e no oceano Pacífico, no âmbito de uma campanha de combate ao tráfico de droga, Maduro considera a sua presença "uma ameaça" à sua destituição, pelo que ordenou que os membros da Força Aérea estejam "em alerta e prontos".
"Peço-vos que se mantenham sempre imperturbáveis na vossa compostura, alerta, prontos e dispostos a defender os nossos direitos como nação, como pátria livre e soberana, e sei que nunca abandonarão a Venezuela, sei que a Venezuela conta convosco", declarou Maduro, envergando uma farda verde-oliva e um boné vermelho.
Por isso, assegurou que, se a história exigir que o país sul-americano se declare "uma república em armas", terá "um só destino: a vitória".
Numa cerimónia para assinalar o 105.º aniversário da Aviação Militar Bolivariana, transmitida pelo canal estatal Venezonala de Televisión (VTV), Maduro afirmou que, nas últimas 17 semanas, forças estrangeiras, que classificou como "imperialistas", têm "ameaçado continuamente perturbar a paz" nas Caraíbas, na Venezuela e no resto da América do Sul "sob pretextos falsos e extravagantes".
Contudo, o chefe de Estado venezuelano, que interveio no evento por videoconferência, afiançou que "nunca nada quebrou a determinação" da Venezuela, nem "o embargo, nem as sanções, nem esta guerra psicológica".
"Não há ameaça ou agressão que assuste o nosso povo ou nos apanhe de surpresa; o nosso povo preparou-se com serenidade inabalável para defender a sua pátria", sustentou o líder chavista, recordando os tempos do alistamento de civis para o treino militar e as manobras militares realizadas no território.
Maduro asseverou que o país demonstrou nos últimos meses "uma imensa capacidade de coordenação, comando, controlo, comunicação e, sobretudo, de união popular-militar-policial" para defender "a paz e a estabilidade", pelo que também expressou a sua confiança na "fabulosa capacidade de resistência" que, afirmou, despertou no povo venezuelano, apesar do que descreveu como "pressões imorais" dos Estados Unidos.
Sob o pretexto de combater o tráfico de droga e perseguir aqueles que rotula como narcoterroristas, os Estados Unidos mantêm um destacamento militar no mar das Caraíbas, recentemente reforçado com a chegada do seu maior porta-aviões, o USS Gerald R. Ford.
Na segunda-feira, o Departamento de Estado norte-americano classificou o chamado Cartel de Los Soles como grupo terrorista estrangeiro, que o Governo Trump afirma ser liderado por Maduro, juntamente com altas patentes das Forças Armadas e responsáveis do Governo venezuelano, embora Caracas tenha reagido afirmando tratar-se de "uma invenção".
A este cenário de tensões somou-se, no sábado passado, uma crise de ligações aéreas na Venezuela, devido ao cancelamento de voos internacionais, depois de Washington ter recomendado "extrema cautela" ao sobrevoar o território venezuelano e o sul das Caraíbas, por causa do que considera ser "uma situação potencialmente perigosa" na região.
Caracas revogou na quarta-feira as licenças de operação de companhias aéreas como a espanhola Iberia, a portuguesa TAP, a Turkish Airlines, as colombianas Avianca e Latam Colombia e a brasileira Gol, que suspenderam os seus voos para a capital venezuelana após o alerta norte-americano.
Hoje, na cerimónia militar, o Governo venezuelano procedeu à condecoração de membros da Força Aérea (Aviação Militar Bolivariana, AMB).
"Receber uma medalha nestas circunstâncias, num contexto de ameaça imperialista, no meio da situação nacional mais crítica dos últimos 100 anos, é um grande feito vosso. Parabéns, em nome do povo da Venezuela", declarou o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López.
Após a entrega das condecorações, a AMB realizou um exercício terrestre e aéreo em que os militares simularam a interceção de uma aeronave entrada no espaço aéreo venezuelano sem autorização.
O exercício decorreu na base aérea militar de Maracay, capital do estado de Aragua, no norte da Venezuela.
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