Macron defende necessidade de garantir um exército ucraniano forte
- 25/11/2025
O chefe de Estado francês disse no final de uma reunião com os países aliados de Kyiv, a chamada "Coligação dos Dispostos", que hoje decorreu por videoconferência, que a paz pode ser mantida "dissuadindo qualquer nova agressão", sublinhando que para tal é necessário "um exército ucraniano forte".
"As discussões em Genebra mostraram que não deve haver limites para o exército ucraniano. Planeámos tudo o que é necessário para o fazer", disse, referindo-se às negociações que decorreram durante o passado fim de semana entre europeus, norte-americanos e ucranianos na cidade suíça.
Um dos pontos do plano de paz para a Ucrânia do Presidente norte-americano, Donald Trump, estipulava a redução do número de soldados ucranianos para 600.000 efetivos, em vez dos mais de 800.000 atuais.
"Hoje, a Rússia não deseja claramente um cessar-fogo", defendeu ainda Macron, acrescentando que Moscovo também não mostrou "vontade de discutir" o projeto de plano norte-americano, alterado após as negociações em Genebra.
O Presidente francês apelou a uma "pressão contínua" sobre a Rússia para negociar, acrescentando que uma solução para "garantir o financiamento" da Ucrânia com base nos ativos russos congelados será "finalizada nos próximos dias".
Estes ativos congelados são "extremamente importantes" e "também um meio de pressão" sobre a Rússia, salientou Macron.
"Vamos finalizar nos próximos dias, em coordenação com todos os países europeus mais afetados e, obviamente, com a União Europeia e a Comissão Europeia, uma solução que permita assegurar o financiamento, dar visibilidade à Ucrânia, mas manter esta pressão", acrescentou.
Estas declarações surgem numa altura em que se procura novamente uma solução negociada para o conflito, na sequência da publicação de um plano dos Estados Unidos que tem sido objeto de negociações nos últimos dias.
Em Genebra, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio tinha-se manifestado "muito otimista" sobre a possibilidade de concluir "muito rapidamente" um acordo sobre a Ucrânia.
"Os pontos que permanecem em aberto não são intransponíveis", afirmou o chefe da diplomacia norte-americana sobre as conversações de domingo.
Na reunião de hoje, copresidida pelo Presidente francês e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, participaram vários líderes europeus, incluindo o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, e o secretário-geral da NATO, Mark Rutte.
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