Luís Filipe Menezes manda desmantelar ciclovia em Gaia. Obras em curso
- 08/11/2025
O anúncio do início dos trabalhos de retirada dos pilaretes da Avenida da República, uma artéria central daquele concelho do distrito do Porto, que delimitavam uma ciclovia segregada, foi feito pelo atual autarca, esta manhã, nas redes sociais, com críticas à existência daquela ciclovia.
Em declarações à Lusa, uma dirigente da Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta (MUBi) lamentou a decisão de Luís Filipe Menezes, argumentando que "não houve debate" sobre esta questão e levantou "questões sobre a legalidade" de decisão.
A segregação daquela ciclovia foi anunciada em maio de 2024 por Eduardo Vítor Rodrigues como uma "medida de segurança" uma vez que a circulação de bicicletas e trotinetes já existia, mas sem delimitação protegida, e como forma de controlar o estacionamento abusivo naquela artéria.
"Além do facto de deixar de ser uma via segregada por em causa a segurança de quem ali circular, temos ainda dúvidas e questões sobre esta decisão. A começar pelo facto desta decisão não ter sido feita com a aprovação em Assembleia Municipal, nem ter sido alvo de um parecer técnico, como defendemos que obriga o Plano Diretor Municipal", explicou Ana Guerra.
A Mubi questiona ainda a legalidade da medida devido ao financiamento para a construção daquela ciclovia: "Nós sabemos que a câmara de Gaia submeteu uma candidatura a fundos do Portugal 2030 nos quais estavam incluídos 98 mil euros para esta ciclovia", disse.
E continuou: "Se a autarquia recebeu e utilizou fundos europeus para implementar a ciclovia na Av. Da República como sendo uma via segregada, a retirada dos pilaretes é ilegal".
Ana Rocha assinalou também "uma contradição com o discurso de tomada de posse [de Luís Filipe Menezes, na terça-feira] em que ele disse que ia avançar com 25 quilómetros de ciclovias mas agora acaba por destruir uma já existente".
A MUbi, disse, "vai contestar esta decisão e está já a preparar formas de manifestação".
Também o Bloco de Esquerda de Vila Nova de Gaia, que neste mandato não está representado nos órgãos autárquicos, já contestou a medida, através das redes sociais, salientando que a medida foi efetuada "sem haver um período de escuta do público ou de sequer levar o assunto à Assembleia Municipal".
Aquela ciclovia liga o Jardim do Morro e D. João II, nos dois sentidos, ao longo da extensão da Avenida da República, sendo que é partilhada com a circulação de autocarros entre D. João II e João de Deus.
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