Líder do Exército do Sudão recusa solução sem desarmamento de rebeldes
- 01/12/2025
Al-Burhan afirmou que "qualquer solução ou iniciativa que não inclua o desmantelamento e o desarmamento da milícia rebelde terrorista é completamente inaceitável" e insistiu que esta é "uma firme convicção", segundo um comunicado do gabinete de imprensa do Conselho Soberano do Sudão, o mais alto órgão executivo do país.
As declarações surgem no meio de negociações sobre uma trégua humanitária mediada pelos Estados Unidos, enquanto os paramilitares anunciaram um cessar-fogo unilateral na semana passada, que não se consolidou e não pôs fim à violência.
Durante uma cerimónia em memória dos mártires do exército sudanês, Al-Burhan afirmou que "as opções e soluções têm sido limitadas devido à magnitude do derramamento de sangue, dos mártires e do sofrimento em vastas áreas do Sudão, especialmente no Darfur e em Al-Fashir".
Para o líder militar, "só há uma solução: A eliminação da milícia", referindo-se às Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), e prometeu levar à justiça os criminosos que cometeram todo o tipo de crimes.
Por outro lado, acolheu "todos aqueles que desejam pegar em armas para combater a milícia", um apelo que tem reiterado ao longo de mais de dois anos e meio de guerra, que forjou alianças entre as Forças Armadas e os grupos rebeldes locais.
Al-Burhan elogiou, de seguida, o governador do Darfur, Arko Minawi, pelo seu "compromisso em pôr fim ao conflito", expressando "a sua profunda gratidão a todas as forças unidas e de apoio".
Este anúncio surgiu pouco depois de Minawi, também líder rebelde aliado do Exército contra as RSF, ter emitido um decreto que criava o Comité Superior para a Mobilização Popular e Resistência no Darfur, segundo a agência noticiosa oficial sudanesa SUNA.
O governador desta vasta região ocidental ordenou às autoridades competentes que tomassem todas as medidas necessárias para implementar a decisão imediatamente, incluindo a abertura de campos de treino e o alistamento de todos os cidadãos do Darfur aptos a transportar armas.
"A nova formação procura unificar os esforços populares e militares sob um único comando e reforçar as capacidades de defesa da região contra as violações e a expansão militar das RSF", referiu-se no comunicado.
Entretanto, decorrem intensos combates na região central do Cordofão, que ambos os lados tentam controlar depois de as RSF terem tomado a totalidade da vasta região ocidental do Darfur ao Exército, no final de outubro, e lançado novas ofensivas para conquistar mais território.
A guerra no Sudão eclodiu em 15 de abril de 2023 e, desde então, dezenas de milhares de pessoas morreram, mais de 13 milhões foram forçadas a fugir das suas casas e mais de metade da população do país enfrenta uma grave insegurança alimentar, segundo as Nações Unidas.
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