Leonor Beleza evoca James Watson como "figura incontornável da ciência"
- 07/11/2025
"As suas descobertas essenciais na área da biologia foram determinantes na definição do rumo da ciência como a conhecemos hoje", comentou Leonor Beleza, numa declaração escrita, em reação à morte de James Watson, aos 97 anos, hoje anunciada.
James Watson participou na descoberta da estrutura de dupla hélice da molécula de ADN (que armazena a informação genética de um ser vivo), que lhe valeu o Prémio Nobel da Medicina em 1962 juntamente com o britânico Francis Crick e o neozelandês Maurice Wilkins.
A ex-ministra da Saúde lembrou que Watson foi o primeiro presidente do Conselho CientÃfico da Fundação Champalimaud e, nessa qualidade, organizou um encontro, em 2005, no laboratório Cold Spring Harbour, que dirigiu e onde, ao "lado de alguns dos mais reputados cientistas do mundo", foi definido "o modelo de funcionamento da Fundação, apostando na translação entre investigação e clÃnica".
"Esteve connosco quase desse o princÃpio e foi absolutamente brilhante, pela sua visão e inteligência", afirmou Leonor Beleza, recordando "as suas palavras e a sua eloquência na inauguração do Centro Champalimaud para o Desconhecido, em 2010, e a sua inspiração permanente".
"A Fundação Champalimaud estará para sempre em dÃvida com James Watson e ele é parte do ADN da Fundação", assinalou.
James Watson morreu na quinta-feira, em Nova Iorque, aos 97 anos.
A morte foi confirmada pelo laboratório Cold Spring Harbor e pelo seu filho Rufus, que não adiantou uma causa especÃfica.
Watson foi professor na Universidade de Harvard e dirigiu o Projeto Genoma Humano, que mapeou os mais de 20 mil genes encontrados nos cromossomas humanos.
Segundo o The Washington Post, o geneticista foi ostracizado profissionalmente no final da vida por comentários considerados sexistas e racistas.
Aos 80 anos demitiu-se do cargo que ocupava no laboratório Cold Spring Harbor e seis anos depois colocou a leilão a medalha do Nobel.
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