Larry Ellison, da Oracle, junta-se à Paramount para comprar a Warner Bros
- 23/12/2025
A Paramount Skydance não tem intenções de abandonar a tentativa de adquirir a Warner Bros. Discovery e, de acordo com o site Engadget, fez agora uma nova proposta que inclui uma ”garantia pessoal irrevogável” de Larry Ellison.
O conhecido cofundador e CTO da Oracle e pai CEO da Paramount Skydance, David Ellison, terá juntado 40,4 mil milhões de dólares (34,2 mil milhões de euros) à proposta de 108,4 mil milhões de dólares (92 mil milhões de euros) já apresentada pela empresa para adquirir a Warner Bros. Discovery.
Esta oferta surge cerca de uma semana depois do conselho de administração da Warner Bros. Discovery ter recusado a proposta inicial da Paramount Skydance. Contudo, com esta nova proposta em cima da mesa, a Warner Bros. Discovery diz que vai voltar a avaliar a oferta da Paramount Skydance.
Serve recordar que a proposta de aquisição da Paramount Skydance visa a Warner Bros. Discovery na sua totalidade - incluindo ainda canais como a CNN além dos estúdios de cinema e televisão da Warner Bros e a própria HBO e HBO Max. Já a proposta da Netflix visa apenas a Warner Bros, a HBO e a HBO Max, com a Discovery a tornar-se uma empresa separada cotada em bolsa.
A Warner Bros. Discovery tem agora até ao dia 21 de janeiro para aceitar ou recusar esta nova proposta da Paramount Skydance.
Netflix oferece garantias
Os diretores executivos da Netflix, Greg Peters e Ted Sarandos, enviaram uma carta aos trabalhadores da plataforma, afirmando que não haverá encerramento de estúdios nem sobreposição de funções, num cenário de aquisição da Warner Bros. Discovery.
No documento, obtido hoje pela Bloomberg, Peters e Sarandos dizem que a aquisição visa "fortalecer um dos estúdios mais icónicos de Hollywood, apoiar o emprego e garantir um futuro sólido para a produção cinematográfica e televisiva".
Os dois responsáveis reafirmam também o compromisso de manter os lançamentos da Warner Bros. nas salas de cinema.
A Paramount e a Netflix, dois gigantes da indústria audiovisual norte-americana, estão a travar uma batalha pela aquisição da histórica Warner Bros. Discovery.
No passado dia 5, a Netflix e a Warner anunciaram um acordo, em que a produtora e plataforma de 'streaming' se compromete a adquirir a totalidade da Warner, incluíndo dívida, por 82,7 mil milhões de dólares (cerca de 71,15 mil milhões de euros).
A Paramount entrou na contenda três dias mais tarde, com uma oferta hostil de aquisição no valor de 108,4 mil milhões de dólares (cerca de 93,2 mil milhões de euros) pela totalidade da Warner Bros. Discovery.
A batalha entre os dois gigantes abre caminho a uma maior concentração empresarial num setor dominado nos Estados Unidos por um núcleo limitado de grandes grupos que abrange cinema, meios de comunicação social, televisão e 'streaming'.
O anúncio da operação gerou críticas de trabalhadores, sindicatos, setores políticos e sociais.
O Sindicato dos Argumentistas da América (WGA) denunciou a operação como potencialmente violadora das leis 'anti trust' (anti-concentração), e os senadores democratas Elizabeth Warren, Bernie Sanders e Richard Blumenthal alertaram o Departamento de Justiça para o risco de a nova companhia poder "aumentar os preços da televisão num ambiente inflacionário".
O senador republicano Mike Lee, por seu lado, disse que este projeto "deveria alarmar as autoridades da concorrência em todo o mundo".
A União Internacional de Cinemas (UIC) também expressou a sua "forte oposição" à compra dos estúdios da Warner Bros. Discovery pela Netflix, alertando para o risco de redução do número de filmes em salas, entre outras consequências.
A presidente executiva da UIC, Laura Houlgatte, afirmou que, caso se concretize o negócio, representará "um risco a dobrar".
"Se um estúdio desaparece, isso inevitavelmente significa que os cinemas vão ter menos filmes para exibir às suas audiências, o que leva a uma redução de receita, encerramentos de cinemas e perdas de postos de trabalho na indústria", afirmou aquela responsável, acrescentando que, "de muitas formas, isto é pior do que a compra de um estúdio por outro".
Os diretores executivos da Netflix, Peters e Sarandos, dizem que a Netflix e da Warner somam uma quota de audiência inferior à do YouTube, assim como à resultante de uma possível fusão com a Paramount.
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