Kyiv estima que Rússia está a perder 6 soldados por cada ucraniano morto
- 30/12/2025
"Os russos perdem aproximadamente seis vezes mais soldados do que a Ucrânia. Esta proporção aplica-se especificamente às fatalidades", sublinhou comandante-chefe das Forças Armadas da Ucrânia, Oleksandr Syrskyi, citado pelo portal de notícias ucraniano Euromaidan.
Para Syrskyi, estes números mostram claramente porque é que o Kremlin é incapaz de acumular novas forças para um avanço estratégico na frente de batalha, apesar da mobilização em massa, dos incentivos financeiros e da pressão sobre a população.
"As constantes perdas impedem a Rússia de expandir as suas forças, mesmo depois de ter cumprido formalmente os seus planos de mobilização", frisou.
A Rússia divulgou ter cumprido 100% do seu plano de recrutamento militar em 2025, mobilizando 406 mil pessoas, lembrou Syrskyi.
Mas a realidade no campo de batalha conta uma história diferente e as perdas russas durante o mesmo período ultrapassaram os 410.000 ocupantes, indicou.
"Podemos afirmar que mesmo a plena implementação dos seus planos de mobilização não lhes permite aumentar o tamanho das suas forças", enfatizou Syrskyi.
Para os responsáveis militares ucranianos, é pouco provável que a Rússia consiga aumentar o tamanho do seu Exército, apesar dos esforços de mobilização em grande escala e a propaganda do Kremlin.
O número total de tropas de ocupação russas na Ucrânia estabilizou entre os 710.000 e os 711.000 militares, um número que se mantém inalterado há vários meses, segundo Kyiv.
Nos primeiros meses de 2025, o número de tropas russas continuou a crescer entre 7.000 e 9.000 por mês, mas esta tendência diminuiu posteriormente, destacou Kyiv.
Syrskyi referiu ainda que guerra entrou numa fase fundamentalmente nova: "Drones de todos os tipos dominam agora o campo de batalha", apontou.
Segundo Kyiv, não só o número de drones aumentou, como também a sua qualidade melhorou, juntamente com o papel das unidades especializadas em drones.
A Rússia está a formar novos batalhões, regimentos e brigadas, mas a Ucrânia respondeu reforçando as suas forças de sistemas não tripulados (drones), resultando num impacto direto no aumento das perdas russas.
O comandante-chefe ucraniano destacou ainda o lançamento de um sistema de comando ao nível do corpo de Exército, que tornou as forças ucranianas mais controláveis e eficazes no campo de batalha.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
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