Kyiv confirma uso de mísseis norte-americanos ATACMS contra solo russo
- 18/11/2025
"As Forças Armadas da Ucrânia utilizaram com sucesso sistemas de mísseis táticos ATACMS para realizar um ataque de precisão contra alvos militares em território russo", declarou o Estado-Maior na rede social Telegram.
"Este é um acontecimento significativo que sublinha o compromisso inabalável da Ucrânia com a sua soberania", acrescentou, sem revelar quando ocorreu o ataque ou qual o alvo atingido.
O Estado-Maior ucraniano afirmou que "a utilização de capacidades de ataque de longo alcance, incluindo sistemas como o ATACMS, vai continuar".
"O uso de capacidades de ataque de longo alcance, incluindo sistemas como o ATACMS, vai continuar".
Este é o primeiro ataque com ATACMS confirmado pelo Estado-Maior ucraniano, embora o Ministério da Defesa russo tenha noticiado, em 19 de novembro de 2024, que a Ucrânia tinha utilizado estes mísseis pela primeira vez em território russo nesse dia, especificamente contra um arsenal russo na região fronteiriça de Bryansk.
A informação do Estado-Maior ucraniano é a primeira a surgir desde que o The Wall Street Journal noticiou, no final de agosto, que o Pentágono tinha impedido Kyiv de atacar a Rússia com mísseis ATACMS desde a primavera anterior, de forma a aproximar as relações com Moscovo de um cessar-fogo.
Contudo, quase simultaneamente, o Presidente dos EUA, Donald Trump, criticou o seu antecessor, Joe Biden, por não fornecer à Ucrânia os recursos necessários para responder à invasão russa com ataques em território russo.
Argumentando que isso agravaria o conflito, o Governo de Biden recusou, durante quase três anos, autorizar a venda a Kyiv de sistemas de longo alcance que lhe permitiriam atacar alvos em território russo.
No entanto, no final de 2024, mudou de posição, autorizando a entrega de mísseis ATACMS à Ucrânia.
Em setembro, o Wall Street Journal noticiou que Trump tinha dito ao Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, à margem da Assembleia Geral da ONU, que estava preparado para levantar as restrições à utilização de mísseis de longo alcance para atacar a Rússia.
No entanto, ainda não autorizou a entrega de mísseis Tomahawk de longo alcance à Ucrânia, que Zelensky tem vindo a solicitar insistentemente nos últimos meses, quer a Washington, quer aos países europeus aliados.
Estes mísseis podem atingir alvos até 2.500 quilómetros de distância e seriam as armas de maior alcance transferidas para Kyiv, que já recebeu mísseis Storm Shadow britânicos, mísseis ATACMS norte-americanos e mísseis SCALP franceses para se defender da Rússia.
A Rússia invadiu massivamente a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, numa guerra que começou em 2014 com a invasão e anexação da península ucraniana da Crimeia pelos russos.
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