Kosovares começam a votar para resolver impasse político de quase um ano
- 28/12/2025
A votação prolongar-se-á até às 18h00 TMG nos quase mil centros eleitorais do país balcânico, que declarou unilateralmente a independência da Sérvia em 2008.
Embora a maior parte do eleitorado se desloque hoje às urnas, alguns cidadãos, entre eles presos, pessoas hospitalizadas e emigrantes registrados em embaixadas e consulados, já começaram a votar no sábado.
Estas eleições foram impostas pelo fracasso em várias tentativas de formação de um Executivo com maioria parlamentar.
Vetëvendosje («Autodeterminação»), o partido do primeiro-ministro em funções, o nacionalista Albin Kurti, venceu em fevereiro com 48 dos 120 assentos do Parlamento, longe dos 61 necessários para uma maioria, e não conseguiu chegar a um acordo para governar em coligação ou em minoria.
As restantes forças também não conseguiram articular uma alternativa.
A Presidente kosovar, Vjosa Osmani, concedeu por duas vezes o mandato para formar governo à formação de Kurti, mas, perante a falta de parceiros, dissolveu o Parlamento em novembro e convocou eleições antecipadas.
Kurti, cujo segundo Executivo se estendeu entre março de 2021 e março de 2025, exerce desde então as funções como chefe de governo interino.
Quase 20.000 observadores nacionais e internacionais acompanharão o dia das sétimas eleições parlamentares desde a independência, não reconhecida pela Sérvia nem por cinco estados da União Europeia (UE).
As sondagens colocam novamente a «Autodeterminação» na liderança, com entre 50% e 53% dos eleitores consultados, seguida pelo Partido Democrático do Kosovo (PDK) com até 19%, a Liga Democrática do Kosovo (LDK) com até 17% e a coligação AAK-NISMA com até 9%.
Cerca de 20% do eleitorado continua indeciso e a «Lista Sérvia» é a favorita para obter os 10 assentos reservados para essa minoria.
A votação ocorre num quadro de aumento de tensões com a Sérvia desde 2021 e de confrontos de Kurti com a UE e com os EUA, os principais aliados do Kosovo.
Bruxelas e Washington consideram que a política de 'mão-dura' de Kurti para reduzir a influência da Sérvia entre a minoria sérvia do Kosovo aumenta as tensões e, além disso, criticam-no por não ter criado uma prometida comunidade de municípios sérvios, com alguma autonomia.
A UE espera que deste escrutínio resulte um governo disposto a reativar o diálogo de normalização das relações com Belgrado, uma condição para que tanto a Sérvia como o Kosovo avancem num caminho de integração no bloco comunitário.
Em 2023, a Comissão Europeia impôs sanções diplomáticas e congelou fundos para o Kosovo, mas a presidente do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, prometeu este mês que a ajuda financeira seria retomada.
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