Junta na Amadora só atende em português, imigrantes têm de levar tradutor
- 06/12/2025
Com uma forte presença de imigrantes indostânicos, provenientes da Índia, Paquistão, Bangladesh, Nepal e Butão, esta junta realizava, até há um mês, atendimentos em inglês, mas João Pica apercebeu-se de que "nem os imigrantes entendem o inglês dos funcionários, nem estes percebem o dos imigrantes".
João Pica assumiu funções como presidente da Junta de Freguesia da Venteira, no coração da cidade da Amadora, há um mês e esta foi uma das primeiras medidas que adotou.
"O que eu percebi, em três ou quatro atendimentos que eu presenciei, foi que, no final do atendimento, nem a nossa funcionária entendeu metade do que o interlocutor estava a falar, nem o freguês, naquele caso, entendeu metade do que a nossa funcionária estava a falar", disse à Lusa.
Para João Pica, o facto de o inglês falado por estes imigrantes ser "muito rudimentar", faz com que não haja entendimento.
Uma das consequências desta dificuldade de interpretação foi a reclamação de alguns imigrantes, que alegaram que na junta lhes prestaram informações erradas.
"Eu não posso ter funcionários que estão a arriscar estarem a ser colaborativos com alguém que a seguir vem aqui e faz uma queixa, e faz uma queixa bem-feita, porque teve uma informação que pensou que era correta e não era", observou.
O autarca explicou que os atendimentos continuaram e não é necessário um tradutor oficial.
"Exigimos, sim, que a pessoa se faça acompanhar por alguém que faça a tradução, que tenha alguém que fale português, que entenda português e traduza para a língua nativa da pessoa que está ali a ser atendida", prosseguiu.
João Pica disse que as alterações estão "a correr bem", ultrapassados "um ou dois constrangimentos" relacionados com o atendimento de pessoas que não estavam a contar com a necessidade de um tradutor.
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