Jay Liebowitz: IA será mais socialmente consciente no futuro
- 28/11/2025
"A investigação mostra que a intuição pode ser treinada e desenvolvida", afirma o responsável, que foi orador da conferência internacional "Shaping the Future of Data, Knowledge and Innovation with AI for Global Sustainable Change", dedicada ao futuro dos dados do conhecimento e da inovação nas empresas com a inteligência artificial (IA), no ISCTE, na quinta-feira.
"Penso de facto que, no futuro, tornaremos estes sistemas de IA mais socialmente conscientes" e "com mais autoconsciência", mas "resta saber se poderão realmente exibir esta intuição artificial nos próximos anos", acrescenta.
O responsável sublinha que existem diferentes grupos de investigação, um deles na Universidade Emory em Atlanta, Geórgia, a estudar estas temáticas.
"Eles têm um laboratório de IA empática ['Empathetic AI Lab'] e estão a tentar desenvolver estes sistemas de IA que terão emoções e sentimentos como nós", exemplifica.
Portanto, "há trabalho a ser feito e quem sabe, talvez daqui a cinco, oito anos haja investigação mais interessante nessa área, mas não sei ao certo".
Sobre a gestão e a intuição, o ex-diretor da NASA refere que faz investigação para ver até que ponto os executivos confiam na sua intuição.
Trata-se "da sua aprendizagem experiencial e está relacionada com a gestão de conhecimento", refere.
"Trabalhei com colegas em Itália, Polónia, Canadá, Turquia" e verifica-se que "muitas das decisões que os executivos tomam baseiam-se no seu sentido intuitivo, não estritamente nos dados", aponta o responsável.
A razão é "porque afirmam que nem sempre podem confiar na qualidade dos seus dados internos. Portanto, não podem confiar nas análises que provêm dos dados. Por isso, acabam por confiar na sua própria experiência e intuição", diz.
Na sua opinião, "isso pode ser aceitável se acabarem por tomar a decisão certa, mas é realmente necessário um equilíbrio entre as análises", ou seja, "as evidências baseadas em dados, e a sua aprendizagem experiencial", esses dois "em conjunto permitir-lhe-ão ser bem-sucedidos".
Um dos estudos que Jay Liebowitz analisou foi: será que que os computadores alguma vez exibição intuição artificial?
"Inquirimos nove peritos em intuição em todo o mundo e nove peritos em IA num inquérito Delphi e depois também inquirimos 120 executivos em todo o mundo", relata.
Embora não seja uma grande amostra, "verificou-se que os peritos em intuição disseram que [intuição artificial] nunca acontecerá, mas os peritos em IA disseram que provavelmente daqui a seis ou oito anos" vai acontecer, diz.
Quanto aos executivos de negócios entrevistados, estes "estavam ainda mais otimistas" e "sentiam que aconteceria a curto prazo".
Para o ex-diretor da NASA, a próxima era será a computação quântica.
"É um pouco complexo para mim, mas essencialmente é desenvolver estes modelos matemáticos melhorados com a tecnologia, como a IBM tem e a Microsoft, que estão a fazer trabalho em computação quântica", prossegue.
Por exemplo, para a descoberta de medicamentos, "essa poderia ser uma grande aplicação usando 'quantum', e, talvez, de alguma forma, com intuição e mecânica quântica", mas "não sei ao certo".














