Israel recebe corpo de presumível refém do Hamas
- 07/11/2025
Em comunicado, o gabinete do chefe do governo israelita adianta que o cadáver foi entregue na Faixa de Gaza às forças de defesa israelitas (FDI) e à agência de segurança interna (Shin Bet), e será identificado no Instituto Nacional de Medicina Legal.
Num outro comunicado, as FDI adiantaram que a urna, escoltado por tropas israelitas, já atravessou a fronteira e encontra-se em território israelita.
"As FDI pedem ao público que aja com cautela e aguarde a identificação oficial, que será comunicada em primeiro lugar às famílias dos reféns falecidos", adiantam as FDI.
As Brigadas Ezzedine al-Qassam, braço armado do grupo islamita palestiniano Hamas, tinham anteriormente indicado a devolução do corpo de um dos últimos reféns ainda mantidos na Faixa de Gaza, referindo que foi encontrado em Khan Yunis, no sul do território
As Brigadas al-Quds, o ramo militar do movimento extremista Jihad Islâmica, também iam participar na operação da devolução do corpo, indicou a milícia congénere do Hamas.
Ao abrigo do cessar-fogo em vigor desde 10 de outubro, o protocolo prevê que os islamitas entreguem a urna à Cruz Vermelha no enclave palestiniano, que, por sua vez, o faz chegar ao exército israelita.
Por fim, serão realizadas análises forenses no Centro Nacional de Medicina Legal de Israel para determinar se o corpo corresponde a algum dos seis reféns ainda por devolver no âmbito da trégua.
Os reféns em questão são cinco cidadãos israelitas e um tailandês.
À exceção dos restos mortais de um soldado morto em combate em 2014 durante uma guerra anterior na Faixa de Gaza, os outros cinco correspondem a reféns levados durante os ataques liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, que desencadearam o conflito no enclave palestiniano
No âmbito do entendimento, até esta última entrega foram restituídos pelo Hamas 20 reféns vivos e 22 mortos.
Em troca, Israel libertou quase dois mil prisioneiros palestinianos e 15 corpos por cada refém recuperado.
O Hamas tem relatado dificuldades em localizar os corpos dos reféns que permanecem no território devido à grande quantidade de escombros amontoados por dois anos de conflito e à falta de acesso a maquinaria pesada.
Israel acusa, no entanto, os islamitas de atrasarem deliberadamente a entrega destes corpos para evitar discutir o desarmamento, uma questão que deverá ser debatida com os mediadores internacionais quando as negociações para a segunda fase do acordo forem retomadas.
A trégua foi ameaçada em 28 de outubro, quando o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ordenou o bombardeamento do enclave palestiniano, no seguimento de dois incidentes com o Hamas.
No mesmo dia, Israel acusou o Hamas de abater um militar israelita no sul da Faixa de Gaza, alegação refutada pelo grupo palestiniano, e de entregar restos mortais supostamente de um dos reféns ainda por devolver, mas cujos exames mostraram que pertenciam a um outro já recuperado e sepultado há quase dois anos.
A primeira fase do acordo, impulsionado pelos Estados Unidos com a mediação do Egito, Qatar e Turquia, inclui também a retirada parcial das forças israelitas do enclave e o acesso de ajuda humanitária ao território.
A etapa seguinte, ainda por acordar, prevê a continuação da retirada israelita, o desarmamento do Hamas, bem como a reconstrução e a futura governação do enclave.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelos ataques liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, nos quais morreram cerca de 1.200 pessoas e 251 foram feitas reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação militar em grande escala na Faixa de Gaza, que provocou mais de 68 mil mortos, segundo as autoridades locais, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.
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