Irão diz que ataques de Israel e EUA ferem credibilidade da ONU
- 15/09/2025
O responsável da Organização de Energia Atómica do Irão (AEOI), Mohamed Eslami, questionou o valor das garantias de segurança daquela agência da ONU, "quando as instalações nucleares sob a sua segurança podem ser atacadas impunemente".
Eslami assegurou ainda que Teerão "não cederá às pressões nem comprometerá os seus direitos", embora tenha reconhecido que, após os ataques, o Conselho de Governadores da AIEA e o Conselho de Segurança da ONU mostraram preocupação com o sucedido, ao realizaram reuniões extraordinárias.
Defendeu que nem a AIEA nem a ONU conseguiram adotar uma posição unificada devido à "pressão política dos EUA" e apelou à comunidade internacional para "apoiar os princípios da soberania, do não uso da força e da resolução pacífica de litígios".
"Embora o Irão acredite em soluções diplomáticas e políticas, não cederá a pressões políticas, psicológicas ou militares", concluiu o responsável da AEOI.
As declarações de Eslami surgem um dia depois de o Conselho Supremo de Segurança do Irão - o principal órgão de segurança do país - ter dado luz verde ao acordo assinado dias antes entre o Egito e a AIEA, embora tenha avisado que "qualquer ação hostil", incluindo a reativação das sanções, levará à "suspensão da implementação destes acordos".
O acordo foi assinado no meio de tensões relacionadas com a decisão do E3 --- Reino Unido, França e Alemanha --- de ativar o processo de regresso à imposição de sanções ao Irão, suspensas pelo acordo nuclear de 2015.
O Governo iraniano acusou também o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, de "obscurecer a verdade" sobre o seu programa nuclear com um "relatório tendencioso" que foi "instrumentalizado" pelo E3 e pelos Estados Unidos para preparar a resolução aprovada a 12 de junho pelo Conselho de Governadores da AIEA, que considerou que o Irão estava a violar as suas obrigações.
Logo a seguir a esta resolução, o Exército israelita lançou uma ofensiva contra o Irão, que respondeu disparando mísseis e 'drones' contra território israelita, seguida, a 22 de junho, de uma série de bombardeamentos norte-americanos contra três instalações nucleares iranianas --- Ford, Natanz e Isfahan.
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