Investimento em Portugal mantém-se apesar da incerteza em França
- 22/11/2025
"As empresas que já cá estão não têm medo do futuro e não estão a cortar investimento", garantiu Fabrice Lachize em entrevista à Lusa. Segundo explicou, a instabilidade francesa pode abrandar decisões de novos investidores, mas não afeta quem já opera no mercado português.
"Uma empresa que já está instalada não tem receios. Eventuais adiamentos de investimento, não só em Portugal mas no geral, dependem do desenvolvimento do seu negócio em França", disse.
O dirigente reconhece que a conjuntura francesa tem impacto no comércio bilateral. "O consumo baixou e as exportações de Portugal para França caíram", notou, apontando que alguns setores, como o têxtil e o calçado, estão a sofrer com a desaceleração francesa.
França tem estado envolta de uma crise política e social, tendo sido nomeado recentemente Sébastien Lecornu como novo primeiro-ministro, o quinto em três anos.
Apesar disso, Fabrice Lachize destaca que Portugal continua sólido, com resultados económicos que transmitem confiança aos investidores.
"Quando vemos o desempenho do país e o crescimento do Orçamento do Estado, não há motivo para receios", referiu, afirmando que Portugal continua a ser um destino seguro para investir.
O responsável lembra que a presença francesa em setores como banca, crédito, tecnologia e serviços permanece robusta, com grupos como BNP Paribas, BPCE (que comprou o Novo Banco), Cetelem, Cofidis e outros dinamizadores da economia portuguesa.
Fabrice Lachize considera que o investimento francês poderá voltar a acelerar quando a situação interna do país estabilizar.
"A França tem capacidade para reagir e o ambiente voltará a ser favorável", concluiu.
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