Indulto a Netanyahu? "Considerarei os interesses do Estado de Israel"
- 01/12/2025
"Claramente, o pedido de indulto do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu está a gerar um debate e é profundamente inquietante para muitas pessoas no país, em diferentes comunidades", afirmou Herzog, numa mensagem oficial divulgada pelo seu porta-voz nos canais oficiais.
E acrescentou: "Já deixei claro que será tratado da maneira mais correta e precisa. Considerarei apenas os interesses do Estado de Israel e da sociedade israelita".
O primeiro-ministro enviou no domingo um pedido de perdão ao Presidente, no julgamento em que enfrenta três acusações de corrupção, fraude, abuso de confiança e suborno, confirmou o gabinete do chefe do Governo num comunicado.
De acordo com o que foi divulgado nos canais pró-democracia israelitas, dezenas de manifestantes reuniram-se neste domingo em frente à residência privada do Presidente em Tel Aviv para protestar contra a possibilidade de conceder o perdão a Netanyahu.
"Uma coisa é clara: o discurso violento não me afeta, muito pelo contrário", advertiu o Oresidente, em referência aos protestos.
No início de novembro, o Presidente dos EUA, Donald Trump, apelou a Herzog, por carta, para perdoar o líder israelita, defendendo o seu papel na gestão do país.
Durante a sua visita em outubro, Trump pediu amnistia no Parlamento de Israel: "Por que não lhe concedem o perdão?", questionando "quem se importa com cigarros e champanhe".
Netanyahu está a ser julgado pelo conhecido "caso 1.000", acusado de ter recebido presentes do magnata de Hollywood Arnon Milchan em troca de favores políticos; e pelo "caso 2000", no qual ele supostamente beneficiou o editor-chefe e coproprietário do meio de comunicação Yedioth Ahronoth, Arnon "Noni" Mozes, num escândalo de fraude e abuso de confiança para prejudicar o jornal concorrente Israel Hayom.
Além disso, ele está também a ser julgado por, no seu segundo mandato como ministro da Comunicação (2015-2017), ter supostamente cometido um crime de suborno ao empresário Shaul Elovich, que controlava a empresa de telecomunicações Bezeq e o site Walla News, para obter cobertura mediática favorável.
O líder israelita, que afirma que os julgamentos contra ele são uma "caça às bruxas" e uma conspiração do "Estado profundo", é o primeiro chefe de Governo na história de Israel a ser processado enquanto exerce o cargo.
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