Incêndios? Montenegro pede ao país para "não baixar a guarda"
- 15/09/2025
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, deixou o aviso de que ainda não é hora de deixar de ser cuidadoso no que diz respeito aos incêndios, alertando que as condições meteorológicas para as próximas semanas podem ser adversas.
"Quero alertar o país para não baixarmos a guarda. Para podermos ter nas próximas semanas atitudes de responsabilidade, atitudes de respeito por aquelas que puderem vir a ser - se for o caso - as orientações das autoridades públicas competentes", disse, em Sernancelhe, no distrito de Viseu, região afetada pelos incêndios de agosto.
"Ainda temos diante de nós a possibilidade de termos novamente alguma adversidade meteorológica e a colaboração de fatores que poderão elevar o nível de risco", alertou, junto do Ministro da Economia e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida.
Sublinhando que o processo pós-incêndios está a ser levado com "rapidez", Montenegro aponta ainda que as atitudes dos cidadãos em seguir os conselhos das autoridades podem ser fundamentais: "Para sermos mais eficientes no futuro, para evitar ocorrência de grandes incêndios".
Montenegro considerou também que é preciso ter presente atualmente um dos "principais pontos que é preciso ter presente é precisamente o de não fugir à realidade" e pensar também que esta é uma situação que não é exclusiva de Portugal, tendo os incêndios abalado outros países.
"Temos de perceber aquilo que são as implicações das alterações climáticas e os fatores que do ponto de vista natural colaboram para o aumento do risco. tendo por base isso, temos de ser mais eficientes na política de prevenção", sublinhou, dando também o exemplo das cheias, que assolaram Espanha o ano passado, numa situação sem precedentes.
Durante a cerimónia de entrega simbólica do apoio aos agricultores afetados pelos incêndios ocorridos há um mês, que decorreu na Câmara Municipal de Sernancelhe, o primeiro-ministro já tinha lançado o mesmo alerta, indicando que "as temperaturas altas existentes, está outra vez muito calor, a humidade é baixa" e isso provoca "ainda uma situação de risco" de incêndio.
"Parece contraditório, porque estou aqui hoje para cumprir uma tarefa de recuperação, de reanimação do território e, ao mesmo tempo, ainda temos diante de nós uma ameaça, de perigo, e do qual todos devemos ter consciência", alertou.
Portugal continental foi afetado por múltiplos incêndios rurais de grande dimensão desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro.
Os fogos provocaram quatro mortos, entre eles um bombeiro, e vários feridos e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.
Segundo dados oficiais provisórios, até 29 de agosto arderam cerca de 252 mil hectares no país.
Secretário de Estado da Agricultura investigado? "Não sei"
O chefe de Governo foi ainda questionado acerca da notícia avançada esta segunda-feira pelo Correio da Manhã, que dava conta de que o Secretário de Estado da Agricultura, João Moura, está a ser investigado pela Polícia Judiciária por suspeitas de corrupção e branqueamento de capitais, através de uma alegada circulação de dinheiro entre as suas empresas.
"Eu não tenho nenhuma informação", começou por dizer. Confrontando sobre se o governante em causa estava mesmo a ser alvo de uma investigação, Montenegro disse: "Não sei. Não temos nenhuma informação sobre isso. O que queremos é que as instituições funcionem. Se há algo a investigar, que seja investigado".
"Com sentido de responsabilidade, acompanhamos a situação. Honestamente, não sei nada sobre isso, portanto não posso adiantar mais nada", reforçou.
[Notícia atualizada às 17h22]
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