Inauguração de museu mostrou o peso do Egito e permitiu contactos
- 01/11/2025
Em declarações à agência Lusa, num hotel na província de Gizé, nos arredores da cidade do Cairo, depois de ter participado inauguração do Grande Museu Egípcio, a convite do Presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, Marcelo Rebelo de Sousa contou que durante a cerimónia conversou com o rei de Espanha, Felipe VI, sobre a situação ocorrida no rio Guadiana.
"Ele contou uma experiência análoga em Espanha, também muito recente, e como é preocupante o que se passa ali naquela área em termos de narcotráfico", declarou o chefe de Estado, referindo-se à lancha rápida que abalroou uma embarcação da GNR, provocando a morte de um militar.
Marcelo Rebelo de Sousa relatou que a inauguração do Grande Museu Egípcio, localizado junto às Pirâmides de Gizé, também permitiu, por exemplo, falar "com a Holanda sobre o resultado das eleições holandesas, que significaram uma paragem do crescimento do radicalismo e da instabilidade e a possibilidade de formação de um governo de coligação".
"É uma oportunidade, antes da inauguração e depois da inauguração, para encontrar chefes de Estado que conhecem muito bem Portugal, já estiveram em Portugal, querem voltar a Portugal", salientou, acrescentando: "Queriam que eu voltasse aos seus Estados, expliquei que não seria eu, será o meu sucessor".
"E, portanto, nisso foi muito útil, porque estas reuniões são muito raras, reunir gente de todos os continentes com o tempo para ter várias bilaterais. Se fôssemos organizar, só nas Nações Unidas é que era possível", salientou.
Entre dezenas de convidados estrangeiros, estiveram na cerimónia os reis de Espanha e da Bélgica, os presidentes da Alemanha, da Palestina, da Croácia e da Colômbia, o príncipe do Mónaco, os primeiros-ministros dos Países Baixos, da Grécia e do Luxemburgo, e as rainhas da Jordânia e da Dinamarca.
Sobre o museu hoje inaugurado, localizado junto às Pirâmides de Gizé, considerado o maior do mundo dedicado a uma civilização, Marcelo Rebelo de Sousa descreveu-o como um projeto "muito moderno" do ponto de vista arquitetónico, com "peças únicas, excecionais" expostas num "espaço ilimitado", que representa "a História do Egito, muito aberto ao mundo, mas explicando por que é tão antigo como é".
"É uma diferença muito grande em relação ao antigo museu, que tinha 75 mil peças, mas que estavam muito sobrepostas umas às outras. Aqui, há uma arrumação das peças, no tempo, no significado, no tratamento, que é do mais avançado que eu conheço", comentou.
Segundo o Presidente da República, "o significado disto é o Egito, a mostrar o seu peso no mundo no passado e no presente".
"Aliás, foi adiada várias vezes a inauguração para não coincidir com a situação no Médio Oriente, por causa da solidariedade com a resolução do problema palestiniano, na procura de uma solução de paz. E o Egito aí quer dizer: nós temos uma posição única, que tem", considerou.
O Presidente da República destacou o papel do Egito "no Médio Oriente, fazendo a paz, procurando os restos dos reféns mortos, no fundo pilotando as negociações, em conjunto com os países árabes" e também "em geral no mundo", afirmando-se como multilateralista.
"E é essa afirmação do Egito que é muito impressionante", considerou.
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