Imprensa estrangeira lamenta indecisão de Israel sobre acesso a Gaza
- 24/11/2025
"A FPA está consternada ao saber que o Supremo Tribunal de Israel concedeu mais uma vez ao Governo israelita uma prorrogação para responder ao nosso pedido de acesso livre e independente a Gaza", afirmou a associação em comunicado.
A FPA, que representa os meios de comunicação social internacionais em Israel e nos territórios palestinianos, com centenas de membros, solicitou aos tribunais israelitas, há mais de um ano, permissão para o acesso imediato ao enclave, que é negado desde o início da guerra, em outubro de 2023.
Em vez disso, Israel concedeu permissão a um pequeno número de repórteres, caso a caso, para acompanharem as suas tropas e com liberdade de movimentos condicionada.
Em 23 de outubro, o Supremo Tribunal realizou a primeira audição sobre o caso, mas adiou a sua decisão, concedendo ao Estado israelita mais um mês para apresentar um plano que permita o acesso dos meios de comunicação social estrangeiros à Faixa de Gaza.
Findo o prazo, o tribunal concedeu hoje mais dez dias para responder a este pedido.
"Desde setembro de 2024 que o Governo israelita tem vindo a solicitar sucessivas prorrogações para responder ao nosso pedido de acesso. Estes atrasos repetidos ridicularizam o processo legal", criticou a FPA.
A associação disse esperar que a decisão de hoje seja "o adiamento definitivo" e que tanto o Tribunal como o Governo israelita "permitam aos meios de comunicação internacionais cumprir a sua missão: relatar os factos e informar o mundo sobre a situação em Gaza".
O território vive um cessar-fogo entre Israel e o grupo islamita Hamas desde 10 de outubro, que implicou trocas de prisioneiros e reféns, retirada parcial das tropas israelitas e acesso da ajuda humanitária, mas não da imprensa independente.
A maior parte da cobertura do conflito no terreno tem sido assegurada por profissionais palestinianos, dos quais acima de 250 morreram nos últimos dois anos, segundo dados de organizações internacionais.
A segunda fase do plano promovido pelos Estados Unidos, que prevê a continuação da retirada israelita, o desarmamento do Hamas, a criação de uma gestão transitório civil para o território e o destacamento de uma força internacional, ainda não foi acordada.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelos ataques liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, nos quais morreram cerca de 1.200 pessoas e 251 foram feitas reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação militar em grande escala na Faixa de Gaza, que provocou mais de 69 mil mortos, na maioria civis, segundo as autoridades locais controladas pelo grupo islamita, a destruição de quase todas as infraestruturas do território, um desastre humanitário e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.
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