Huthis avisam que qualquer presença de Israel na Somalilândia seria alvo
- 28/12/2025
"Consideramos qualquer presença israelita na Somalilândia como um alvo militar para as nossas forças armadas, uma vez que constitui uma agressão contra a Somália e o Iémen, bem como uma ameaça à segurança da região", declarou Abdul Malek al-Houthi, segundo um comunicado divulgado pelos meios de comunicação rebeldes.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, anunciou, na sexta-feira, o reconhecimento oficial do "Estado independente e soberano" da Somalilândia, sendo o primeiro país a reconhecer a autoproclamada independência deste estado separatista da Somália.
O líder dos Huthis sublinhou que a decisão teria consequências graves, classificando-a como "uma posição hostil em relação à Somália e aos seus vizinhos africanos, bem como ao Iémen, ao mar Vermelho e aos países situados ao longo de ambas as margens do mar Vermelho".
Com um território de 175.000 quilómetros quadrados, situado no extremo noroeste da Somália (correspondente, em grande medida, à antiga Somália britânica) a Somalilândia declarou unilateralmente a independência em 1991, numa altura em que a República da Somália estava mergulhada no caos após a queda do regime militar do autocrata Siad Barre.
Desde então, a república autoproclamada funciona de forma autónoma, com moeda, exército e polícia próprios, distinguindo-se pela relativa estabilidade em comparação com a Somália, assolada pela insurreição islamista do grupo armado Al-Shabaab, ligado à Al-Qaeda, e por conflitos políticos crónicos.
De acordo com especialistas na região, uma aproximação à Somalilândia permitiria a Israel aceder mais facilmente ao mar Vermelho, possibilitando-lhe atacar alvos Huthis no Iémen.
Israel já atingiu por várias vezes alvos no Iémen desde o início da guerra na Faixa de Gaza, em outubro de 2023, em resposta aos ataques dos Huthis contra Israel, levados a cabo em nome da "solidariedade" com os palestinianos de Gaza.
O reconhecimento da Somalilândia por Israel foi criticado pela União Africana, pelo Egito, Turquia, pelo Conselho de Cooperação do Golfo -- que reúne seis países -- e pela Organização da Cooperação Islâmica, com sede na Arábia Saudita.
A União Europeia insistiu que a soberania da Somália deve ser respeitada.
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