Hungria terá um ano para continuar a comprar petróleo à Rússia
- 08/11/2025
Budapeste recebeu uma isenção, válida apenas por um ano, das sanções norte-americanas sobre duas grandes petrolíferas russas, disse à AFP o responsável, que pediu para não ser identificado.
Em contrapartida, a Hungria comprometeu-se a comprar aproximadamente 600 milhões de dólares (519 milhões de euros) em gás natural liquefeito aos EUA, acrescentou a mesma fonte.
O acordo, que permite à Hungria continuar a comprar petróleo à Rússia, foi alcançado após uma reunião, realizada sexta-feira em Washington entre o Presidente norte-americano, Donald Trump, e o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán.
A fonte da Casa Branca, contradiz assim Orbán, que anunciou que a Hungria tinha recebido isenções "gerais" e "por tempo indeterminado" das sanções norte-americanas.
"A Hungria continuará a ter os preços de energia mais baixos. Recebemos uma isenção para os oleodutos da Turquia e Druzhba (Amizade)", declarou Orbán, à emissora pública húngara M1.
"Este é um acordo geral sem prazo determinado", frisou o primeiro-ministro nacionalista húngaro, admirador confesso do Presidente norte-americano.
Também o ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro garantiu que "os Estados Unidos concederam à Hungria uma isenção ilimitada das sanções ao petróleo e gás russos".
"Agradecemos esta decisão, que garante a segurança energética da Hungria", escreveu Peter Szijjarto, na rede social X.
No início da reunião na Casa Branca, Trump disse estar a analisar a possibilidade de a Hungria continuar a comprar petróleo e gás à Rússia, apesar das sanções a Moscovo.
"Estamos a analisar a situação, [os húngaros] estão a ter dificuldades em obter petróleo e gás de outras regiões", afirmou Trump aos jornalistas.
O líder norte-americano comentou que a Hungria "é um grande país, mas não tem mar, não tem portos e, por isso, enfrenta um problema difícil" para obter outras fontes de combustíveis.
Neste sentido, observou que "a Hungria está numa situação diferente" em comparação com outros países europeus, que, sem os citar, criticou por "continuarem a comprar petróleo e gás à Rússia", apesar das exigências de Washington para que cessem este abastecimento, de forma a pressionar o Kremlin a terminar a guerra na Ucrânia.
A Hungria, que se opõe às sanções aplicadas à Rússia desde o início da invasão da Ucrânia e que mantém boas relações com Moscovo, é altamente dependente das importações de gás e de petróleo bruto russo, à qual adquire 85% e 65%, respetivamente, do seu consumo.
Embora Orbán seja um aliado, Trump tinha indicado anteriormente que não ia conceder à Hungria um tratamento preferencial nas sanções recentemente impostas às petrolíferas russas Rosneft e Lukoil.
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