Homem que matou enteado já tinha estado preso por homicídio. Que se sabe?
- 24/12/2025
Um homem de 43 anos esfaqueou até à morte o filho da ex-companheira, um menor de 13 anos, com uma arma branca, na tarde de terça-feira, 23 de dezembro, em Casais, Tomar, e tentou explodir a casa da família. Sabe-se ainda que o suspeito, de nacionalidade portuguesa, que também morreu, tinha antecedentes criminais, tendo já cumprido pena de prisão por homicídio qualificado.
Afinal, o que se sabe sobre o caso?
O crime
O homem, de 43 anos, matou o enteado, de 13 anos, e feriu a ex-companheira e mãe da criança, que não corre risco de vida. A criança e a mãe são de nacionalidade britânica.
De acordo com fonte da Polícia Judiciária (PJ) ao Notícias ao Minuto, o homicídio ocorreu no âmbito de um caso de violência doméstica. O casal estaria separado, mas o homem, que acabou por tirar a própria vida após matar o enteado, em causa estava o facto de não aceitar o fim da relação.
A PJ revelou ainda que na casa foram encontradas "três botijas com gás abertas".
Posteriormente, fonte da Guarda Nacional Republicana (GNR) adiantou ao Notícias ao Minuto que chegou a existir uma explosão e que um militar acabou por ficar também ferido na ocorrência, com estilhaços de uma janela, embora sem gravidade.
Os militares da GNR, note-se, foram chamados ao local pelo 12h45, após um alerta para agressões em contexto de um caso de violência doméstica, tendo encontrado quando chegaram uma situação de homicídio seguido de suicídio.
Vizinho ouviu mulher "a gritar por socorro"
O presidente da Junta de Freguesia de Casais, Luís Freire, contou que "já havia vários episódios violentos" por parte deste homem para com a ex-companheira e "desta vez, a coisa correu muito mal".
O autarca não esconde que na aldeia esta situação de violência doméstica era conhecida. "Já havia outras situações de violência, a GNR acho que já tinha conhecimento de tudo isto só que, desta vez, o senhor cometeu esta barbaridade nesta época", realçou.
Já um dos vizinhos contou que ouviu a mulher, que sofreu ferimentos ligeiros, a "gritar e a pedir socorro" na rua, vindo acompanhada por um cão de raça pastor-alemão. De acordo com estes testemunhos, a mulher apresentava marcas nos pulsos e nos tornozelos, parecendo ter estado manietada.
"Muito assustada, muito maltratada na cara. Parecia-me que até os dentes tinha partido. Muito maltratada e com muito sangue nas mãos", disse Jaime Lopes, adiantando, contudo, que não se apercebeu imediatamente da gravidade da situação.
A mãe e o filho viviam na zona "há mais ou menos dois anos" e, por vezes, os vizinhos ouviam "discussões" na habitação. "A única coisa que pensávamos era 'qualquer dia acontece uma coisa qualquer' porque ele [o agressor] não é boa rolha", explicou Jaime Lopes.
Suspeito já tinha cumprido pena por homicídio
A mãe do menino de 13 anos já tinha apresentado, segundo a SIC Notícias, uma denúncia contra o homem por violência doméstica. A queixa terá sido feita em 2023, quanto o casal se separou. No entanto, o suspeito não aceitava o fim do relacionamento.
Já à Lusa, a PJ adiantou que o suspeito tinha antecedentes criminais e já cumprira, inclusive, pena de prisão.
O caso "está a ser investigado por inspetores e elementos da polícia científica", disse à agência Lusa a coordenadora da Polícia Judiciária (PJ) de Leiria, Sílvia Lopes, confirmando "o registo de duas mortes e de duas pessoas feridas".
Posteriormente, em comunicado, a PJ avançou que o "suposto agressor tinha já cumprido pena de prisão por homicídio qualificado e a família estava sinalizada na sequência de processos de violência doméstica registados em 2022 e 2023".
A mesma autoridade deu ainda conta de que a família estava sinalizada por violência doméstica.
De salientar que o caso encontra-se sob a alçada da PJ que diz estar a “desenvolver diligências investigatórias no sentido de esclarecer as circunstâncias” das duas mortes ocorridas na terça-feira, na freguesia de Casais em Tomar.
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