Hoje explica as estrelas... mas já foi uma (do rock). Conhece Brian Cox?
- 27/12/2025
Outrora uma estrela do rock em digressão como guitarrista dos Led Zepellin, Brian Cox agora dedica-se (principalmente) ao estudo do Espaço e das partículas - à física.
O interesse na ciência começou desde muito novo quando, em criança, o pai o levava até ao aeroporto de Manchester, em Inglaterra, para ver os aviões sobrevoarem os céus.
"Eu gostava de engenharia, das grandes máquinas", explicou Cox, citado pelo New York Times. "As missões Apollo à Lua, ficção científica… Eu queria ver 'Star Wars', 'Star Trek', 'Alien' - tudo."
Mas o amor pela ciência não veio só. Ao mesmo tempo, o 'bicho' da música começou a surgir em Cox - de tal forma que aos 18 anos decidiu desistir da universidade para juntar-se à banda Dare, fundada por um membro dos Thin Lizzy (banda de hard rock irlandesa, criada em 1969), que vivia na zona.
No seu primeiro concerto, abriram para Jimmy Page, o guitarrista principal dos icónicos Led Zepellin. E depois do espetáculo, Cox deu por si a acompanhar George Harrison (membro dos Beatles) numa bebida.
A banda ganhou algum sucesso e chegou mesmo a ir em digressão, mas durante esses anos, Cox nunca largou os livros de ciência.
Aos 23 anos, depois de uma discussão feia com os restantes membros da Dare em Berlim, Cox decidiu abandonar a banda e regressar aos estudos, ingressando num curso de física e astronomia na Universidade de Manchester. Mesmo assim, não abandonou a música, e, pouco depois, juntava-se aos D:Ream.
Também eles tiveram algum sucesso, conseguindo cimentar o single "Things Can Only Get Better" no primeiro lugar das músicas mais ouvidas na altura durante quatro semanas consecutivas em 1994.
A canção ficou tão conhecida entre o povo britânico que o partido trabalhista apropriou-se da música, usando-a como o tema da sua campanha para as eleições em 1997.
Eventualmente, Cox acabou por deixar também os D:Ream para se focar na sua carreira científica, trabalhando em aceleradores de partículas em Hamburgo (Alemanha), Chicago (Estados Unidos) e até Genebra (Suíça).
Em 2001, Cox conheceu Gia Milinovich, uma apresentadora de televisão e escritora, cujos interesses se alinhavam com os seus. Em 2003 casaram e, pouco depois, começaram a escrever ideias para documentários, com "o único objetivo de tornar a ciência uma parte da cultura popular", disse Gia ao The Guardian em 2010.
Cox, eventualmente, regressou aos palcos - não como músico, mas como físico, com palestras sobre os planetas e as estrelas, as origens do Espaço e teorias quânticas.
Neil deGrasse Tyson, um dos cientistas mais conhecidos atualmente pela sua presença nas televisões e redes sociais, descreveu Cox como alguém com "uma força de racionalidade, uma força de razão e uma força de ciência".
"A sociedade precisa de todas as três. Senão, arriscamo-nos a regressar às grutas de onde viemos", acrescentou.
David Attenborough, cujos documentários sobre a natureza na BBC criaram espaço para a ciência na televisão, disse em 2013: "Se eu tivesse uma tocha, entregá-la-ia a Brian Cox."
Quanto à música, o físico não abandonou por completo a sua paixão. Em 2024, reuniu-se com os D:Ream no Festival Glastonbury.
Brian Cox (à esquerda) e Peter Cunnah durante atuação dos D:Ream em 2024© Leon Neal/Getty Images
Mas hoje, com 57 anos, já é mais conhecido pelo seu trabalho na ciência do que pela música. Numa das suas palestras, Cox disse ter sido abordado por um fã sobre um evento que tinha feito sobre Enceladus, uma das luas de Saturno. O fã? Era Paul McCartney.
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