Guarda viu Cláudio Valente em Brown "dezenas de vezes" antes de ataque
- 23/12/2025
Um guarda da Universidade Brown, nos Estados Unidos da América (EUA), revelou à imprensa norte-americana ter visto Cláudio Valente, "mais de uma dúzia de vezes", no estabelecimento de ensino superior, nas semanas que antecederam o ataque que fez dois mortos e nove feridos.
À WPRI, Derek Lisi, que é funcionário da Universidade de Brown há mais de uma década, disse que viu o suspeito a rondar o instituto e que falou sobre os seus receios à segurança do campus antes do tiroteio. No entanto, as suas desconfianças foram ignoradas.
"Ele estava a estudar o campus há semanas", realçou, acrescentando que "sabia que algo de errado se passava com ele" e, por isso, alertou a segurança "três vezes" sobre a situação.
Num desses dias, já em dezembro, Derek Lisi decidiu seguir o assassino português depois de o avistar no parque de estacionamento. Quando o homem percebeu a presença do guarda afastou-se "rapidamente" e entrou "numa casa de banho".
"Aí tive a certeza: Há algo de errado com esse homem, preciso alertar para isto", salientou.
Uma das vezes que Derek Lisi lembra-se de ter visto o atirador — posteriormente identificado como Cláudio Manuel Neves Valente, português natural do Entroncamento, de 48 anos — foi por volta das 18h20 do dia anterior ao Dia de Ação de Graças.
Já no dia 1 de dezembro, viu-o depois das 20 horas. "Algo me dizia: Não ignores isto. Não ignores isto", confessou.
Apesar de ter alertado por três vezes os seguranças que fazem parte da empresa que protege a Universidade de Brown, Derek Lisi não sabe se foi tomado algum tipo de medida para evitar o ataque.
O site norte-americano falou com a empresa em questão que disse não ser responsável pela vigilância do edifício. Apenas vão a Brown quando são chamados para controlar algum tipo de evento específico. Já a universidade não quis comentar as denúncias de Derek Lisi.
Após a polícia divulgar imagens do suspeito capturadas por câmaras de vigilância, Derek Lisi disse que reconheceu imediatamente o homem. Ligou para a linha de denúncias, o que o levou a que fosse interrogado pelos investigadores a 15 de dezembro, para descrever o que tinha presenciado.
"Eu disse aos investigadores que era como se eu o visse e mais ninguém o conseguisse — é uma sensação estranha", explicou o funcionários da Universidade de Brown. "A forma como ele andava pelas salas de aula. Como ele revirava os olhos para um lado, para o outro. E não era só numa sala, era em todas as salas de aula", rematou.
Recorde-se que Cláudio Valente, que entretanto tirou a própria vida, não só entrou na Universidade de Brown e atirou contra vários estudantes, matando dois e ferindo outros nove como, dias depois, matou o físico português e diretor do MIT, Nuno Loureiro, de 46 anos.
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