Grávidas? "Não sinto que tenha falhado. Não me desviarei um milímetro"
- 12/11/2025
A Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, disse, esta quarta-feira, que não sente que tenha falhado no âmbito dos casos que envolvem grávidas, numa altura em que várias situações de atrasos e problemas com atendimento são denunciados.
"Não sinto que tenha falhado. Estou a cumprir o meu dever. Admito que sempre debaixo de grande tensão e pressão mediática, mas não me desviarei nem um milímetro de cumprir esse dever e como toda a gente sabe continuarei aqui a trabalhar todos os dias com o Governo que faço parte para melhorar a condição e saúde dos portugueses", referiu, quando questionado pelos jornalistas sobre o caso no Hospital Fernando da Fonseca, na Amadora, em que uma grávida e o bebé morreram, assim como também questionada sobre outros casos que têm vindo a ser notícia.
Confrontada pelos jornalistas, recusou comentar se tinha ou não pedido a demissão ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, dado que nas últimas semanas se multiplicam os pedidos fora do Executivo para que o faça.
Grávida deu à luz no Uber: "Incomoda-nos muito"
A governante foi ainda questionada sobre o mais recente caso sobre grávidas que veio a público. Esta quarta-feira, o Correio da Manhã deu conta de que esta madrugada um bebé nasceu num carro da Uber, em Loures. Segundo explicou o motorista à publicação, a mulher seguia no carro quando disse: "Vai nascer".
Segundo este condutor, a grávida já tinha estado há "cerca de meia hora" no Hospital São Francisco Xavier, onde lhe deram alta.
"Incomoda-nos muito que estas situações aconteçam, mas eu relativamente a esta situação - como a outras semelhantes -, tenho obrigatoriamente de remeter a explicação desse caso e dessa situação para a Unidade Local de Saúde respetiva e não fazer qualquer tipo de comentário", referiu.
Ainda quanto ao caso no Amadora-Sintra, a ministra disse que era necessário aguardar pelo resultados nos inquéritos. "A IGAS [Inspeção-Geral das Atividades em Saúde] abriu um inquérito e o Ministério Público também", sublinhou, dizendo também: "Todas as palavras que podia dar enquanto governante na área da Saúde - de lamento, de grande consternação dei-as no dia em que soube da ocorrência. O próprio hospital que tem inquérito a decorrer".
Quanto a possíveis auxílios que o Executivo poderia dar, nomeadamente, em termos de apoio direto à família ou trasladação, Ana Paula Martins apontou: "A Unidade Local de Saúde que tem contacto com esta família está em contacto para saber o que é necessário. Não me vou pronunciar mais sobre esta matéria".
Ministra promete reunião com tarefeiros "o mais brevemente possível"
Questionada acerca de uma intervenção anterior, durante a qual garantiu que o Governo está aberto ao diálogo "com todos os que vieram por bem, mas que não o farão por pressão mediática ou de qualquer grupo mais ou menos organizado", a ministra esclareceu que não se referia a "ninguém em particular".
"Relativamente, para que fique claro em relação aos médicos que trabalham em regime de prestação de serviços e que tanto quanto sei estão a construir ou já construíram uma associação, já nos pediram uma reunião. E nós estamos a ver nas nossas agendas, no Ministério da Saúde, para que essa reunião ocorra o mais brevemente possível", sublinhou.
Confrontada sobre se poderia acontecer antes do final do ano, reforçou: "Ela ocorrerá o mais brevemente possível".
Em causa nesta reunião estará a regulamentação do trabalho médico em prestação de serviços aprovada pelo Governo no final de outubro, que pretende disciplinar os valores pagos a esses profissionais de saúde e que prevê um regime de incompatibilidades.
Com esta nova regulamentação, o Governo pretende minimizar as diferenças pagas entre os médicos que têm contrato com o SNS e os médicos que trabalham como prestadores de serviço, a maioria dos quais contratados à tarefa pelos hospitais para assegurarem as urgências.
[Notícia atualizada às 14h33]













