Governo nigeriano diz que ataques dos EUA na Nigéria visaram jihadistas
- 27/12/2025
Em declarações à agência de notícias AFP, o responsável do governo da Nigéria disse que os alvos foram militantes do grupo Estado Islâmico que vieram do Sahel para colaborar com o grupo jihadista local Lakurawa e gangues de "bandidos".
"O Estado Islâmico encontrou uma maneira de usar o Sahel para ajudar o Lakurawa e os bandidos, fornecendo-lhes equipamentos e treino", disse Daniel Bwala, porta-voz do presidente Bola Tinubu.
A Nigéria está a coordenar os esforços com os Estados Unidos e são esperados mais ataques das forças armadas norte-americanas, disseram hoje altos funcionários nigerianos, que pediram para não serem identificados.
Os Estados Unidos não se pronunciaram publicamente sobre possíveis novos ataques, mas o chefe do Pentágono, Pete Hegseth, incluiu as palavras "mais por vir" numa publicação na rede social X, em que anunciou o ataque no dia de Natal.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por outro lado republicou o anúncio do ataque na sexta-feira, sem mais comentários.
Trump regressou à Casa Branca com a promessa aos eleitores norte-americanos de retirar os Estados Unidos dos conflitos em todo o mundo, mas dedicou grande parte do primeiro ano do segundo mandato à política externa e nem sempre no tabuleiro da diplomacia.
O Presidente norte-americano fez uso da força por várias vezes, desde em ataques contra alegados terroristas na Somália, Iémen e Síria até ao ataque massivo a instalações nucleares do Irão e terminou o ano envolvendo-se militarmente a Venezuela, num forte bloqueio naval e aéreo, envolvendo cerca de 15 mil tropas e o maior porta-aviões do mundo em operações que, até agora, resultaram na apreensão de petroleiros e ataques a embarcações e execuções de alegados traficantes de droga.
O ataque atingiu a região de Sokoto, no noroeste da Nigéria, uma área onde um bispo católico local afirmou em outubro que os cristãos não estão a enfrentar perseguições.
O ministério nigeriano da Defesa disse que os alvos estavam ligados ao grupo Estado Islâmico e ministro da Informação da Nigéria, Mohammed Idris, afirmou no X que os ataques foram lançados a partir de navios no Golfo da Guiné e utilizaram drones MQ-9 Reaper.
Terão sido disparadas 16 munições guiadas por GPS, que neutralizaram elementos do Estado Islâmico que tentavam entrar no país pelo corredor do Sahel.
O país de cerca de 230 milhões de pessoas, o mais populoso da África, está dividido de forma praticamente igual entre populações muçulmanas e cristãs e é dilacerado pela violência há décadas.
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