"Governo faz uma proposta inaceitável aos trabalhadores portugueses"
- 20/11/2025
"O governo faz uma proposta inaceitável aos trabalhadores portugueses: sentem-se às mesas para negociar como é que vão ter menos salário, como é que vão ter menos direitos. E é normal que os trabalhadores não queiram negociar nesta base", disse Catarina Martins à Lusa à margem da conferência do clima da ONU (COP30), a decorrer até sexta-feira em Belém, no Brasil.
Considerando que em Portugal "o salário é curto demais e o custo de vida é muito grande", a candidata, que se encontra na COP30 como eurodeputada e representante da esquerda europeia no Parlamento Europeu, criticou duas medidas concretas da proposta do executivo.
A primeira é que deixa de se pagar horas extraordinárias, mesmo a quem trabalhar 50 horas por semana, com o banco de horas individuais.
"Quantas pessoas em Portugal não dependem dessas horas extraordinárias para pagar as contas ao final do mês?", questionou.
A segunda é que uma empresa pode despedir sem justa causa e não tem de reintegrar o trabalhador, mesmo que o tribunal diga que o despedimento foi ilegal.
"Quer dizer que pode valer a pena a uma empresa despedir alguém porque embirra com ela" ou dispensar uma mulher porque faz valer os seus direitos de acompanhar os seus filhos.
Catarina Martins defendeu por isso que "o problema não está nos sindicatos que estão a lutar, o problema está no Governo que está a fazer uma proposta inaceitável para o país".
"Uma economia é tão melhor, quanto melhor for o emprego que cria e melhores forem os salários que paga. E é por isso que temos de lutar", acrescentou.
As eleições presidenciais estão marcadas para 18 de janeiro de 2026.
Esta é a 12.ª vez (incluindo as duas voltas das eleições de 1986) que os portugueses são chamados, desde 1976, a escolher o Presidente da República em democracia.
Além de Catarina Martins, anunciaram as suas candidaturas Luís Marques Mendes (que conta com o apoio do PSD e agora também do CDS-PP), António Filipe (com o apoio do PCP), António José Seguro (apoiado pelo PS), André Ventura (apoiado pelo Chega), Henrique Gouveia e Melo, João Cotrim Figueiredo (apoiado pela Iniciativa Liberal) e Jorge Pinto (apoiado pelo Livre), entre outros.
Segundo o portal da candidatura, do Ministério da Administração Interna, há mais 31 cidadãos que se encontram a recolher assinaturas para uma candidatura à Presidência.
A COP30 está a decorrer na cidade de Belém, na Amazónia brasileira e deverá terminar na sexta-feira.
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