Gouveia e Melo defende equilíbrio entre economia e direitos dos trabalhadores
- 08/12/2025
"Nós precisamos de desenvolver uma economia mais diversificada, mas mais coesa, com as pessoas. Uma economia sem as pessoas, uma economia em que o lucro seja o fim de tudo, acaba por se matar a ela própria", disse o candidato, quando questionado sobre o pacote laboral que o Governo quer implementar, o que levou ao agendamento de uma greve geral para quinta-feira.
"O que eu quero dizer é que, depois da greve, na concertação social, deve-se tentar encontrar o equilíbrio entre as necessidades de flexibilidade para a economia nova, sem ferir verdadeiramente os trabalhadores, o núcleo duro dos direitos dos trabalhadores, porque isso vai criar desigualdades sociais e nós já temos um país muito desigual", acrescentou.
O candidato a Presidente da República considerou ainda que "a presidência tem que guardar um conjunto de princípios" e "exigir à governação que esses princípios sejam respeitados", por considerar que o país só evolui se a "economia tiver coesão social".
Um dia depois de a revista britânica The Economist ter considerado Portugal como a "economia do ano" de 2025 entre os 36 países mais ricos do mundo, Gouveia e Melo considerou que a economia portuguesa "tem problemas estruturais", porque tem quase 20% do PIB dependente do turismo.
"Se houver uma crise internacional que afeta o turismo, nós entramos numa crise profunda. Por isso nós precisamos de ter indústrias a este género de atividade", disse.
Gouveia e Melo falou aos jornalistas após uma visita a uma fábrica de construção de casas modulares, no Montijo, no distrito de Setúbal, salientando que se trata de uma solução que "permite responder rapidamente às necessidades de habitação", com "custos mais baixos, melhor qualidade, menos tempo para a resposta".
"Portugal tem que se reinventar. Nós temos um problema de habitação. O que nós estamos aqui a ver nesta fábrica é que há soluções para todos os problemas, desde que haja energia, vontade, para que, claro, estas soluções também precisam de ser apoiadas", disse.
Salientando que "Portugal investe muito pouco no mercado de habitação", Gouveia e Melo considerou que têm de ser disponibilizados espaços para construção e que o país tem de melhorar as leis para desburocratizar o processo de construção de casas modulares.
Quanto à prevista descida do IVA para 6% para a construção, Gouveia e Melo considerou que estes incentivos fiscais não devem ser alargados a todos "de forma cega", mas sim aplicados àqueles "que estão em melhores condições para resolver o problema".
As eleições presidenciais estão marcadas para 18 de janeiro de 2026.
Esta é a 12.ª vez (incluindo as duas voltas das eleições de 1986) que os portugueses são chamados, desde 1976, a escolher o Presidente da República em democracia.
Às eleições presidenciais anunciaram, entre outros, as suas candidaturas António Filipe (com o apoio do PCP), António José Seguro (apoiado pelo PS), André Ventura (apoiado pelo Chega), Catarina Martins (apoiada pelo BE), Henrique Gouveia e Melo, João Cotrim Figueiredo (apoiado pela Iniciativa Liberal), Jorge Pinto (apoiado pelo Livre) e Luís Marques Mendes (com o apoio do PSD e do CDS-PP).
Segundo o portal da candidatura, do Ministério da Administração Interna, há mais 31 cidadãos que se encontram a recolher assinaturas para uma candidatura à Presidência.
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