GNR e PSP detidos? Marcelo não comenta, mas pede justiça "rápida"
- 25/11/2025
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, não quis comentar, esta terça-feira, "casos concretos, muito menos em investigação judicial", na sequência da detenção de dez militares da Guarda Nacional Republicana (GNR) e um agente da Polícia de Segurança Pública (PSP) que alegadamente exploraram e escravizaram imigrantes, em Beja.
"Eu não comento casos concretos, muito menos em investigação judicial, uma vez que é uma investigação feita por entidades judiciais e que, aparentemente, respeita a atuações criminosas, veremos se são ou não", começou por dizer, em declarações aos jornalistas, à saída de uma conferência sobre o 25 de Novembro de 1975, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa
E acrescentou: "Aquilo que diria aqui, como tenho dito noutros outros casos, é que conviria que fosse, na medida do possível, rápida esta investigação. Rápida porquê? Primeiro porque os crimes invocados são graves e segundo porque estão envolvidos efetivos ao serviço de instituições muito importantes na sociedade portuguesa".
Marcelo Rebelo de Sousa realçou que "a reputação dessas instituições é fundamental". "Logo, se há que se fazer justiça, faça-se justiça. Mas não é indiferente o tempo em que se faz a justiça", reforçou.
"Não é só a reputação dos próprios investigados, não é só a gravidade da matéria que é invocada, mas é a reputação dessas instituições e a sua credibilidade".
"Tudo o que fosse um processo, respeitando o que a lei prevê, mas rápido é importante. Nós não podemos ter a noção de que só um ano, dois, três, quatro ou cinco anos depois é que se vem a apurar - quando se apura, - matéria que é uma matéria muito sensível para o prestígio das instituições. Se há que fazer justiça, que se faça justiça, mas não é indiferente o tempo em que se faz a justiça", salientou.
O Presidente da República considerou, no entanto, que o prestígio da GNR e da PSP, "para já", não fica afetado. "Por isso, digo que para que não fique afetada a credibilidade das instituições, que são essenciais para a nossa vida coletiva, é que esta investigação ou este tipo de investigações têm que ser o mais rápidas possível".
O que se sabe sobre este caso?
Dez militares da GNR e um agente da PSP foram detidos, esta terça-feira, durante uma operação da Polícia Judiciária (PJ) por, alegadamente, explorarem e escravizarem imigrantes.
Em comunicado enviado às redações, a PJ esclarece que levou a cabo a operação Safra Justa para dar cumprimento a cerca de 50 mandados de busca e 17 mandados de detenção em Beja, Portalegre, Figueira da Foz e Porto.
"Em causa", explica a autoridade, "está uma organização criminosa que controlava centenas de trabalhadores estrangeiros, a maioria em situação irregular em Portugal".
As reações da GNR e da PSP
A GNR reiterou "total repúdio em relação a quaisquer atos que ponham em causa os direitos humanos, a dignidade das pessoas e o bom nome de todos os seus militares e civis, Mulheres e Homens que, diariamente e de forma abnegada, servem Portugal e os portugueses".
Posteriormente, também em comunicado, a PSP referiu que "teve conhecimento hoje" desta operação e adiantou que o agente estava "de baixa prolongada, há 14 meses".
Deu ainda conta que "aguarda conhecimento concreto do sucedido", notando que assim que tiveram "notícias sobre os crimes de que o polícia é indiciado" - informação que neste momento ainda não têm - "serão desenvolvidos os procedimentos disciplinares adequados e preventivos".
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