"Glória de Matos, além de uma grande atriz, era uma grande pessoa"
- 11/12/2025
O Presidente da República evocou a atriz Glória de Matos, que morreu esta quinta-feira aos 89 anos, vítima de insuficiência cardíaca. Marcelo Rebelo de Sousa sublinha que "pôde privar muitas vezes com o seu talento" e assegura que os que a conheceram "nunca mais a vão esquecer".
"Acompanhou muitas gerações de portugueses ao longo de décadas. No teatro, na rádio, na televisão, no contacto permanente com muitos milhares que a admiravam pela sua capacidade de transmitir sentimentos e de se identificar com o que ia mudando na sociedade portuguesa", lê-se numa nota publicada no site da Presidência da República.
"Glória de Matos, além de uma grande atriz, era uma grande pessoa e, por isso, aqueles que a conheceram e se recordam dela, nunca mais a vão esquecer", garante ainda Marcelo Rebelo de Sousa, que "apresenta à família, aos amigos e admiradores o testemunho da gratidão de Portugal".
Glória de Matos morreu hoje, aos 89 anos, vítima de insuficiência cardíaca, segundo informação avançada pela SIC Notícias.
O canal cita a família da atriz que revelou os detalhes das cerimónias fúnebres.
"O corpo estará em Câmara ardente na Igreja de S. João de Deus em Lisboa, sábado entre as 18h e as 22h e domingo entre as 12h e as 15h30, hora em que decorrerá uma missa de corpo presente e o corpo seguirá para o Cemitério do Alto de S. João", referem os familiares em comunicado.
Quem era Glória de Matos?
Nasceu Maria da Glória Martins de Matos a 30 de maio de 1936, em Lisboa, mas foi como Glória de Matos que ficou conhecida do grande público.
Iniciou a sua carreira na representação ao lado de Fernando Amado com quem fundou a Casa da Comédia e concluiu o curso de teatro após ganhar uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian. E foi no teatro que faz grande parte da sua carreira.
Em 1968 ingressou na Companhia Portuguesa de Comediantes e no ano seguinte na companhia do Teatro Nacional D. Maria II.
A estreia de Glória de Matos no cinema foi com o filme "Operação Dinamite", em 1967. Participou ainda em "Benilde", "A Virgem Mãe", "Francisca", "Os Canibais", "Vale Abraão", "O Quinto Império" e "Espelho Mágico".
O ensino marcou também a sua carreira profissional. Foi professora na Escola de Teatro do Conservatório Nacional, mais tarde transformada em Escola Superior de Teatro e Cinema. Na Universidade Aberta deu aulas de Expressão Oral. Glória de Matos foi ainda assessora da Secretaria de Estado da Cultura, de 1990 a 1992 e membro da Alta Autoridade para a Comunicação Social, de 1991 a 1994.
Na televisão brilhou em novelas como "Vila Faia", "Origens" e "Terra Mãe". A última vez que atuou foi na peça de teatro "Odeio-te, Meu Amor", no Teatro Nacional D. Maria II, em 2017.
Glória de Matos foi casada com o apresentador de televisão e locutor Henrique Mendes, conhecido por ser a cara do programa da SIC, "Ponto de Encontro", que morreu em 2004 aos 73 anos.














