Gerry McCann mantém "esperança" de encontrar a filha Madeleine
- 10/12/2025
Gerry McCann confessou que, durante vários anos, se sentiu em sufoco devido à atenção mediática com a qual a família teve de lidar após desaparecimento da filha Madeleine McCann, em 2007, em Portugal. Referiu ainda que tem "esperança" que um dia saiba o que aconteceu com a filha que, na altura, tinha três anos.
O britânico deu uma entrevista à rádio BBC, que foi transmitida esta quarta-feira. Gerry confessou que tanto ele como a sua família se sentiam "sortudos por terem sobrevivido" a toda a atenção mediática dos últimos 18 anos, uma vez que os meios de comunicação social se intrometeram nas suas vidas privadas.
"Os jornalista vinham à nossa casa, fotógrafos até encontravam as câmaras às janelas do nosso carro enquanto tínhamos os gémeos, que na altura tinham dois anos, apavorados no banco de trás", afirmou.
E acrescentou: "Houve momentos em que senti que estava a sufocar".
O britânico reconheceu ainda que, após 18 anos, a "esperança" de encontrar Maddie é "pequena", mas "ainda existe". "Precisamos de saber o que lhe aconteceu", afirmou.
Ao longo da entrevista, Gerry McCann denunciou também "histórias inventadas, mentiras e distorções", notando que "a comunicação social interferiu repetidamente na investigação". Lamentou ainda que a imprensa "tenha publicado informações que deveriam ter sido confidenciais, que deveriam ter sido comunicadas às autoridades, depoimentos de testemunhos e muito mais".
O casal McCann, Kate e Gerry, estão entre os cerca de trinta signatários de uma carta dirigida ao primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, onde pedem que continue o inquérito público sobre as práticas da imprensa.
A primeira fase, note-se, foi concluída em 2012.
A investigação, denominada "Investigação Leveson", teve início depois de um escândalo que envolveu jornalistas do extinto News of the World e a interseção de telefonemas de diversas personalidades britânicas, incluindo o de uma estudante assassinada.
Aliás, a investigação fez com que fosse criado um novo órgão regulador da comunicação social. No entanto, a segunda fase desta investigação, que se iria concentrar nas relações entre jornalistas, políticos e autoridades, acabou por ser cancelada pelo governo britânico anterior.
Gerry McCann salientou que gostaria que existissem "padrões mais rigorosos" para os meios de comunicação social. O pai de Maddie também referiu que vários órgãos de comunicação social incentivaram as ações Julia Wandelt - polaca que alegou ser Madeleine McCann e que foi condenada em novembro por assédio.
De salientar que o desaparecimento nunca foi esclarecido, apesar de investigações policiais em Portugal, Reino Unido e Alemanha, e de uma campanha internacional e grande mobilização mediática.
O que aconteceu a Maddie? Quem é o principal suspeito?
Madeleine McCann desapareceu durante uma estadia de férias, na companhia da família, na Praia da Luz, no Algarve, em 2007.
Em 2023, o alemão Christian Brückner foi constituído arguido pelo Ministério Público pelo desaparecimento da menina britânica. O nome do alemão surgiu pela primeira vez na lista de suspeitos no rapto em junho de 2020.
Segundo as autoridades, Brückner terá vivido no Algarve durante períodos entre 1995 e 2007 e registos telefónicos colocam-no na área da Praia da Luz no dia em que a criança inglesa desapareceu.
Polaca que alegou ser Maddie condenada a seis meses de prisão
Recorde-se que, em novembro, Julia Wandelt, de 24 anos, foi a julgamento por ter telefonado e escrito repetidamente a Kate e Gerry McCann entre junho de 2022 e fevereiro de 2025, e de se ter deslocado à residência da família em Rothley, perto de Leicester, centro de Inglaterra.
A jovem polaca, que afirmava ser a desaparecida Madeleine McCann, foi condenada a seis meses de prisão no Reino Unido por assediar os pais da menina.
Os juízes classificaram a atuação de Wandelt como uma clara "campanha de assédio" contra Kate e Gerry McCann.















