França exige cláusulas de salvaguarda para aprovar acordo UE-Mercosul
- 23/11/2025
Na reunião realizada à margem da cimeira do G20, em Joanesburgo, África do Sul, os ministros "abordaram a questão do acordo UE-Mercosul", refere um comunicado emitido pela diplomacia francesa.
Junto do homólogo argentino, Barrot recordou as condições estabelecidas pelo chefe de Estado, Emmanuel Macron, para o apoio francês, em especial "a necessidade de finalizar com os parceiros do Mercosul uma cláusula de salvaguarda robusta".
A cláusula em causa consiste num mecanismo legal que permite a uma das partes tomar medidas temporárias para limitar a importação de um produto específico caso estas causem danos a um setor.
Para Paris, refere a Efe, o setor agrícola é o que mais levanta preocupações, uma vez que Brasil e Argentina são dos principais exportadores de carne bovina, mas também de aves, açúcar e mel.
Os sindicatos agrícolas franceses paralisaram parte do país em janeiro do ano passado em oposição ao acordo, que consideraram que seria fatal para os seus negócios.
Embora Macron tenha dado alguns sinais de abertura nas últimas semanas, Paris considerou na semana passada que o acordo, na sua redação atual, é inaceitável.
A Comissão Europeia, que em setembro apresentou medidas para salvaguardar alguns produtos agrícolas mais sensíveis e prometeu intervir em caso de perturbação dos mercados, assinou o acordo com o Mercosul em dezembro de 2024, após 25 anos de negociações.
O pacto, que tem de ser ratificado pelos Estados-membros da UE, possibilitaria a criação de um dos principais mercados do mundo, juntando 780 milhões de pessoas.
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