"Foi um ano muito difícil para o CDS", mas partido "não acabou"
- 13/12/2025
"Foi um ano muito difícil para o CDS. Tivemos muitas adversidades. Alguns que estavam do nosso lado passaram para outros (...), mas o CDS não acabou, tem presença na Assembleia Legislativa da Madeira e no Governo Regional", afirmou o líder centrista madeirense no jantar de Natal do partido.
José Manuel Rodrigues apontou que o CDS-PP "veio para ficar, se reforçar e ser um grande partido na Madeira", destacando as eleições regionais difíceis que decorreram em março deste ano, nas quais conseguiu manter um deputado no parlamento madeirense e assegurar a coligação com o PSD, que permitiu ocupar o cargo de secretário regional da Economia do executivo liderado por Miguel Albuquerque.
"Conseguimos sobreviver e aqui estamos", reforçou, mencionando também o resultado obtido nas últimas eleições autárquicas, nas quais o partido "fez uma prova de vida".
"O CDS renovou a vitória na Câmara Municipal de Santana e cumpriu todos os objetivos, com uma votação ainda mais expressiva que há quatro anos", destacou, acrescentando que o partido passou a governar mais duas juntas de freguesia neste concelho do norte da ilha da Madeira (S.Jorge e Faial), passando a ter seis destas autarquias.
Ainda conseguiu manter a junta da Fajã de Ovelha (Calheta) e teve "a grata surpresa, em coligação com o PSD, que entregou a espinhosa missão ao CDS", de ganhar a freguesia da Ponta do Sol, presidida agora pelo centrista Aníbal Garanito.
Rodrigues enfatizou que o CDS-PP "elegeu mais de 100 autarcas nas ilhas da Madeira e Porto Santo", opinando que "é a partir do poder local que vai voltar a ser um grande partido".
O líder insular do CDS-PP referiu o Orçamento Regional para 2026, que é discutido na próxima semana na Assembleia da Madeira, realçando que contempla quatro propostas da autoria do partido que "não foram fáceis de negociar" com o PSD, o parceiro de coligação.
Enunciou que o objetivo do partido era o aumento substancial do salário mínimo regional para 1.000 euros, mas que vai ser fixado em 980 euros, o que representa um aumento de 65 euros face ao deste ano.
Outra medida exigida, no âmbito da preocupação com a classe média, foi a redução de 30% em todos os escalões do IRS (Imposto Sobre o Rendimento de Pessoas Singulares), o que significa o "acréscimo de um ordenado no rendimento anual de cada pessoa".
A redução de 5% para 4% do IVA nos produtos essenciais é outra reivindicação do CDS-PP que vai ainda "lutar para alcançar outros dois objetivos", como a negociação de um salário de referência para os jovens licenciados quando entram no mercado de trabalho que deve ser equivalente ao praticado na função pública, no mínimo de 1.250 euros.
"A quarta bandeira, que está inscrita mas não está concretizada no Orçamento Regional, que queremos levar para a frente é o subsídio de insularidade de 680 euros, que é pago no mês de março aos funcionários públicos, seja também pago aos funcionários das empresas privadas e das Instituições Particulares de Solidariedade Social", indicou.
José Manuel Rodrigues finalizou o seu discurso deixando uma palavra de solidariedade aos muitos milhares de madeirenses e lusodescendentes na Venezuela que estão impedidos de reunir-se com as famílias nesta quadra de Natal e "estão a passar momentos particularmente difíceis" e "não sabem como vai ser o seu futuro".
"É preciso devolver a democracia à Venezuela para que volte a ser Estado de direito democrático, que respeite os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, onde não haja presos políticos, perseguições e ninguém seja molestado apenas porque pensa diferente de quem está no poder", defendeu.
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